Monthly Archives: Fevereiro 2023

Opinião – Melancholia – Francisco José Viegas – Porto Editora

ISBN: 978-972-0-03470-0
Edição/reimpressão: 09-2022
Editor: Porto Editora
Páginas: 336

Sinopse:

Ao longo de um ano, entre um encontro literário na Póvoa de Varzim e o início da pandemia, ninguém soube do paradeiro de Cristina Pinho Ferraz, escritora extravagante, premiada e temida. Até que, nos jardins românticos do Palácio de Cristal, no Porto, a coberto da copa das árvores, apareceu um corpo enterrado sob a terra, dividido em várias partes.
Porém, a nova investigação do inspetor Jaime Ramos (que entretanto fora substituído na divisão de homicídios) não começa com a descoberta desse cadáver; pelo contrário, obriga-o a recuar no passado, a ouvir testemunhos sobre vaidade, vingança, literatura e ambição, e também histórias de família ou de amor e melancolia.
Enquanto o confinamento se espalha sobre vivos e desaparecidos, Jaime Ramos reconstitui a biografia daquela mulher e a história de uma família e de uma genealogia do poder nas margens da tradição judaica portuense, confrontando-se mais uma vez com as suas obsessões: a ameaça da idade e da memória, a fragilidade dos velhos e a reconstituição do passado. Então, o que poderia ser apenas uma história de inveja e traição entre intelectuais desavindos e cómicos, transforma-se num inquérito sobre a melancolia portuguesa.

Opinião:

Melacholia foi o meu policial de estreia de Francisco José Viegas. Apesar de agora saber que existem várias obras protagonizando Jaime Ramos, sendo que a personagem faz 30 anos de existência, não me arrependo de ter começado por este, até porque é uma obra que pode ser lida sem termos lido as anteriores. Jaime Ramos foi substituído na divisão de homicídios e anda um pouco à deriva…a idade não perdoa, os anos de trabalho também não. Mesmo afastado da sua função nas autoridades, vai na mesma encetar investigações no âmbito do desaparecimento de uma escritora de renome Cristina Pinho Ferraz, que ao que tudo indica, em plena pandemia “ganhou sumiço” e ninguém deu conta. E entretanto é encontrado um corpo nos Jardins do Palácio de Cristal no Porto. Bom, mas tudo isto pode ser lido na Sinopse. O que vos queria dizer, é que este livro é um veiculo para reflexão, para repensarmos a forma como vivemos e agimos, a nossa própria essência e quando nos é retirado parte do que somos ou sabemos fazer ficamos tendencialmente inertes e sem reação. Entramos em melancolia. Jaime Ramos, com toda a sua personalidade forte e bem vincada, deixa-se envolver num rol de situações que o obrigam a voltar ao passado, que o obrigam a lembrar aquilo que queria ter esquecido, que o obrigam a ser aquilo que ele ainda não entende que já o é. Gostei particularmente que parte da história se tenha centrado no meio literário entre autores, pseudo autores, editores, curiosos, mal dizentes e escritores fantasma. Como a narrativa está colocada, conseguimos entender bem o meio, as suas lacunas, as suas farsas, e como parece que meio Mundo quer sempre ser mais do que é ou ser outra coisa.
Tive a oportunidade de ir a uma das apresentações desta obra (podem ver aqui) e conhecer o autor e ouvir do próprio (e do incrível Carlos Vaz Marques e Sofia Fraa) o que a mesma representava e significava e não me desiludi em nada e só posso sem duvida recomendar e ansiar pela leitura das obras anteriores.

O Autor:

Francisco José Viegas nasceu em 1962. Professor, jornalista e editor, é responsável pela revista Ler e foi também diretor da revista Grande Reportagem e da Casa Fernando Pessoa. De junho de 2011 a outubro de 2012 exerceu o cargo de Secretário de Estado da Cultura. Colaborou em vários jornais e revistas, e foi autor de vários programas na rádio (TSF e Antena 1) e televisão (Livro Aberto, Escrita em Dia, Ler para Crer, Primeira Página, Avenida Brasil, Prazeres, Um Café no Majestic, A Torto e a Direito, Nada de Cultura). Da sua obra destacam-se livros de poesia (Metade da Vida, O Puro e o Impuro, Se Me Comovesse o Amor) e os romances Regresso por um Rio, Crime em Ponta Delgada, Morte no Estádio, As Duas Águas do Mar, Um Céu Demasiado Azul, Um Crime na Exposição, Um Crime Capital, Lourenço Marques, Longe de Manaus (Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores 2005), O Mar em Casablanca, O Colecionador de Erva, A Poeira que Cai sobre a Terra e Outras Histórias de Jaime Ramos e A Luz de Pequim (Prémio Fernando Namora 2020 e Prémio PEN 2020 Narrativa).

Advertisement

Opinião – Soberba Escuridão (2022) – Andreia Ferreira

ISBN: 9789895319367
Editor: Edições Velha Lenda
Ano: 2022
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 228 x 16 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 277

Sinopse:

Quando o relógio pisca as zero horas intermitentes, Carla recebe no seu quarto uma visita indesejada. A partir daí, todo o seu mundo se desmorona e a solidão e o medo encarregam-se de a arrastar para um estado deprimente que só um desconhecido parece compreender.
Cega pela paixão, nega as evidências de que o seu novo amor é mais do que um rosto angelical. E que esconde segredos que a levarão para perigos que emergem das profundezas do inferno.

Opinião:

Não sendo “marinheira de primeira viagem”, tendo em conta que li a primeira versão em Março de 2014, vou dar a minha opinião baseada nas diferenças que a autora introduziu na sua obra e o quanto em 9 anos as coisas mudam.

Mudança não significa algo errado pelo contrário. A escrita da Andreia amadureceu e solidificou uma história já por ela interessante e carregada da sua alma de escritora. Com capítulos mais completos e cheios de mistério, desconhecido, o romance entre Carla e Caael permanece icónico e transversal ao que li anteriormente e conhecendo já de antemão a história li na mesma como se fosse a primeira vez. Carla, a protagonista é uma jovem normalíssima com uma vida tranquila, ambiente familiar sereno, uma jovem adulta com amigas e amigos e com todas as questões típicas de um final de adolescência a decorrer dentro da “normalidade”. Até que a vida dela dá uma volta ao conhecer Caael, um misterioso rapaz mais velho, enigmático, controlador, demasiado apaixonado e protetor. Passados 9 anos, não consigo ter a mesma opinião do romance da Carla e do Caael, é demasiado rápido e arrebatador e dá aquela sensação de que ela “sufoca” no amor dele… mas pensando em mim como adolescente, tudo era um drama e um horror se o rapaz que nós gostávamos não lia a carta de amor (não haviam Internet, nem telemóveis) ou te ignorava na escola. É por aí. Continuo a gostar muito da Raquel, sinto uma grande empatia com ela, mas é com a Ana que definitivamente atualmente me identifico mais. Talvez porque com quase 39 anos sou um pouco também culpada de já não ter tanta paciência para “pessoas” e ligar cada vez menos (ou nada) ao que pensam de mim.
Andreia , estás de parabéns mais uma vez, conseguiste dar uma lufada de ar fresco ao teu romance, sem perder qualidade e interesse. E tens aqui uma fã da tua trilogia sem dúvida.

Podem e devem adquirir este livro e já em pré-venda o segundo livro na recém chegada Devaneios Editora

  • Soberba Escuridão – Comprar aqui
  • Soberta Tentação – Comprar aqui – Entregas a partir do dia 01-03-2023 – Preço promocional de 15% de desconto exclusivo da Pré-venda, até dia 28-02-2023 – Oferta de Marcador

Um pequeno aparte, esta edição que comprei na Feira do Livro de Lisboa 2022, das Edições Velha Lenda, não sei se foi apenas do meu exemplar mas encontrei várias gralhas ou erros de impressão (palavras que não levam hífen com o mesmo) algumas palavras ou frases diferentes em Português do Brasil (não sabendo, atenção se tem a ver com o Novo Acordo Ortográfico).

A autora:

Nascida e criada em Braga, Andreia Ferreira orgulha-se muito do seu sotaque. Gosta de escrever nos cafés, roubando pedaços das histórias de cada um para se inspirar. Primeiro, licenciou-se em Línguas e Literaturas Europeias, tem duas pós-graduações, mas acabou por optar por Direito. É casada com o amor da sua vida e, juntos, trouxeram ao mundo dois filhos.
É autora da trilogia Soberba e do romance Maresia e Fortuna. Administra o blogue d311nh4 desde 2010.
Desde os 11 anos, abre o correio na expectativa de ter à sua espera uma carta para Hogwarts.

Evento 20 Anos Grupo Saída de Emergência

Hoje foi uma manhã muito muito especial! Tivemos o enorme privilegio de poder assistir ao evento do Vigésimo Aniversário do Grupo Editorial Saída de Emergência no Museu de Lisboa, Palácio Pimenta e foi tudo tão bonito! Sala cheia, caras conhecidas de muitos anos e uma generosidade imensa de todos os envolvidos. Com direito a prendinhas, à apresentação do plano Editorial em primeira mão para 2023 (ainda não fechado segundo Luís Corte Real) a um Brunch delicioso e uma visita guiada e explicativa à Maqueta de Lisboa antes do Terramoto de 1755, saímos de coração cheio e sem dúvida com a certeza absoluta que daqui a 20 anos ainda cá estarão a fazer felizes todos os leitores, sejam de que faixa etária forem. Este ano também vamos voltar a ter Festival Bang! (YEAHHHH) e a continuação da revista Bang! Assim como o Bangcast!
Obrigado pelo convite, por se manterem connosco ao longo destes 9 anos de Blog (mas são muitos mais de leituras SDE) e estamos cá sempre deste lado! Gratidão!

Deixamos abaixo algumas fotos do evento e das prendinhas! E em breve Giveaway de aniversário do Blog para quem não pôde estar presente 🙂

Plano Editorial 2023

Opinião – A Herdeira do Titanic – Francisco Silva – Intelectual Editora


Autor: Francisco Silva
ISBN: 978-989-53855-1-5
Dimensões: 152,4 x 228,6 x 13,4 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 222

Sinopse:

UM GIGANTE CAÍDO E O DESTINO DE UMA FAMÍLIA
No dia 15 de abril de 1912, o mundo acorda em choque com o naufrágio do Titanic, a maior e mais arrojada construção náutica alguma vez construída até à data.
De Inglaterra rumo à América embarcou uma jovem de nome Vivien, a pedido do seu avô, o magnata Bernard Belanger, um homem cru e angustiado pelo passado. Vivien é a sua única e última esperança para a redenção.
Entre os sobreviventes resgatados pelo navio Carpathia, chega a Nova-Iorque a jovem que é recebida na mansão da família em Riverside Drive.
Vive-se uma época de mudança com ideias progressistas, que vão desde os avanços tecnológicos até à luta das sufragistas, que fervilham no seio do mundo civilizado. Mas o naufrágio do Titanic veio abalar os alicerces da sociedade e deixar um aviso ao ser humano e às suas ambições.
A herdeira rapidamente se vê envolvida num turbilhão de acontecimentos, não só pelas consequências do naufrágio mas também por uma jura de vingança que a sua vinda a Nova Iorque reacendeu.
Tal como o Titanic, a poderosa família Belanger também tem pés de barro. Os gigantes também caem…

Opinião:

Confesso que sou uma fã da tragédia histórica que se tornou o naufrágio do Titanic e já li várias obras verídicas sobre o “que se presume” que aconteceu (isto dito assim, parece errado, mas a verdade é que foi uma tragédia, mas veio a revolucionar a industria náutica e a mudar mentalidades próprias da época).
O filme, visto em inicio de adolescência duas vezes no cinema, foi uma choradeira pregada (hormonas adolescentes) e revi ao longo dos anos várias vezes e aprofundei a minha opinião acerca do mesmo… sim eu gostei, gosto e irei sempre gostar, para a época em que foi feito, foi absolutamente maravilhoso. E sim, quem me conhece sabe que sou tão romântica que nem uma pedra da calçada mas este filme sempre mexeu com os meus sentimentos. E é aqui que entra este lindíssimo romance “A Herdeira do Titanic” que entre ficção inédita e pequenas menções a situações que acontecem no filme (adorei os detalhes referentes ao filme) nos leva a conhecer Bernard Belanger, que convida a sua neta Vivien a vir de Inglaterra até aos Estados Unidos para o conhecer, após a morte da sua filha, Mãe de Vivien (com quem cortou relações muitos anos antes e viveu essa angustia deste sempre).
Acontece que Vivien vem a bordo do Titanic que se afunda no Atlântico Norte de 14 para 15 de Abril de 1912 e Bernard fica a saber que a jovem é uma das sobreviventes que vem a bordo do Carpathia (a mesma tem em seu poder algo que confirma que é a sua neta) mas com perda de memória, memória essa que terá que ser recuperada de forma a que toda aquela trágica noite possa ser esclarecida pela sobrevivente e quem sabe revelar alguns pormenores de extrema importância para o seu avô e para ela própria. Belanger é um dos magnatas sócios do Titanic e daí se falar na sua neta como ” A Herdeira do Titanic”. Vivien vai aprender mais sobre a família Belanger, conviver com os amigos, mas também inimigos, do passado e do presente da família de renome e com a ajuda do médico designado para a ajudar a recuperar a memória, tudo pode se desmoronar, ou construir. É uma belíssima história de amor, de superação e de segredos de família que podem destruir vidas. É uma história de vidas destruídas para sempre e outras prestes a começar. Tudo depende das ações que se tomam. Livro maravilhoso, adorei, escrita fluída, narrativa bastante assertiva e regular e capítulos com o tamanho certo para se ler numa bela tarde fria de Sol. Mais um excelente autor nacional a produzir uma obra maravilhosa!
#vamoscontinuaraapoiarosautoresnacionais

O Autor

Francisco Silva é um escritor e ilustrador português. Nasceu no Porto em 1988 e desde muito jovem desenvolveu a sua paixão por literatura, cinema e ilustração, áreas que aprofundou na sua formação académica.
Estudou Artes Visuais na Escola Artística de Soares dos Reis e é licenciado na área das Artes pela Universidade Católica Portuguesa.
O seu trabalho de escrita e ilustração divide-se entre Portugal e Estados Unidos da América.

Obrigado André pelo presente ❤

Opinião – A Rapariga Invisível – Carlos M. Queirós – Cultura, Grupo Infinito Particular

ISBN: 9789898979841
Editor: Cultura Editora
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 228 x 18 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 288

Sinope:

Agosto, Hospital de São João. Rafael Castro está a ser operado a um tumor cerebral. Nos últimos dias, a pequena Eva, uma criança que só ele vê e ouve, como se um sonho lhe tomasse as faculdades mentais, tem sido uma companhia constante. A menina deu-lhe uma missão: salvar Rita Lemos, a mulher que estava em coma havia cerca de dois anos, num eterno sono, numa cama do piso oito.

Será que Eva é uma alucinação própria da doença? O Dr. Pinto Fraga pensa que sim. Mas opinião divergente tem o seu colega Wilson Mendes, vindo do Brasil para provar que o tumor estava a originar que determinados mecanismos cerebrais coincidissem numa espécie de ligação com uma dimensão desconhecida.

Baseado em factos verídicos, A Rapariga Invisível é uma magnífica história misteriosa, assombrosa e tocante. Uma mensagem de esperança. Esperança no amor, na vida, na determinação, no futuro e na coragem de aceitar o desconhecido.

Opinião:

Tenho tanto mas tanto para dizer sobre este livro que é difícil escrever uma opinião sem spoiler e desprovida de emoção. Devo-vos dizer que considero que para se ler esta obra, devemos fazer de mente e espírito aberto, sem preconceitos ou ideias pré-concebidas. Devemos aceitar que se tratará de ficção para muitos e de uma realidade para outros. Para mim é realidade(e é baseado em factos reais) tendo em conta as minhas crenças, a minhas experiência de vida com situações similares retratadas (não a respeito da doença, mas a respeito da vida após a morte) e é com base nas minhas crenças que escrevo a minha opinião.
Não é de todo inédito um romance com trechos de situações de vida após a morte,com anjos, demónios, experiências extra-corporais e fé e, algo superior a nós, humanidade. Mas o autor nesta sua obra descreve com carinho, com toda a sua alma, como o desconhecido para céticos muito rapidamente se torna real, credível e algo a seguir. É o que acontece ao protagonista Rafael Castro, que a braços com um terrível e quase inoperável tumor cerebral consegue de alguma forma comunicar com uma menina, que apenas ele vê, que segundo um dos médicos que o opera o cético Dr. Pinto não passa de alucinação proveniente do seu estado de saúde. É aqui que entra o outro médico da trama, Dr. Wilson, que vem do Brasil para fundamentar a sua pesquisa e obter provas que o nosso cérebro consegue ter ligações a outras dimensões, ao até agora desconhecido “além”. Rafael com a ajuda de Eva, a menina invisível, tem a missão de salvar o amor da sua vida, Rita, que se encontra num coma com cerca de 2 anos e a quem querem desligar as máquinas, desconhecendo que a mesma se encontra “viva” presa num corpo morto. É com muita mas mesmo muita perseverança, luta e coragem que Rafael une toda a sua força física e espiritual para encetar esforços a salvar Rita, salvar-se a si e dar esperança a todas as personagens que se cruzam com ele na sua missão.
Este livro a mim, deu-me um calor especial no coração. Deu-me esperança, deu-me alento, e mesmo que não acreditasse no desconhecido (em que acredito) ia ser uma leitura absolutamente maravilhosa, muito (mesmo muito) bem escrita e sem qualquer oportunidade para paragens a não ser a minha vista cansada. O AMOR que nutrimos uns pelos outros tem uma força e um poder extraordinário, assim como a nossa MENTE, tem uma capacidade imensa cuja percentagem ainda desconhecemos e acho que já não vou estar viva quando a ciência o conseguir provar.
Acreditar é das poucas coisas que ainda nos restam, mesmo sendo uma mulher ligada às tecnologias e ciência , eu acredito.

Esta opinião é dedicada ao meu Luís (2º pai, padrinho, amigo) que espero que me esteja a ver e guardar onde quer que ele esteja. Amo-te muito, foste cedo demais.

O autor:

Carlos M. Queirós nasceu em Marco de Canaveses em 1967. Cresceu num meio rural, com mais sete irmãos. O isolamento da aldeia, a falta de motivos de interesse para os jovens, levaram o autor a despertar para a escrita, na sua adolescência. É formador em diversas vertentes da área comercial e fundador de TERRALETRAS (associação de escritores em Marco de Canaveses).

Opinião – Da Morte e Outras Vidas – Olavo Moreira

Editora: Astrolábio Edições
Data de publicação: 2022-02-02
Páginas: 206
ISBN: 978-989-37-2522-1
Género: Ficção
Idioma: PT

Sinopse:

Desfilam nas páginas deste livro, como na vida, personagens e peripécias invulgares que o autor disseca com humor inteligente e ironia, num discurso rico, visual e expressivo.Temas e situações díspares onde as existências conturbadas (e até grotescas) descritas se oferecem ao leitor na caricatura, por vezes desconcertante, das personagens e das suas relações interpessoais.No labirinto das suas vidas e contradições, são gente que escava com as próprias mãos um rumo que justifique a existência e a fruição do tempo que passa inexoravelmente.Aqui encontramos retratos e comportamentos humanos que, embora reconheçamos e sejam familiarmente lusos, ultrapassam estas fronteiras e mergulham na atualidade dos nossos dias, independentemente de latitudes geográficas ou culturais.Este é um olhar crítico que faz, simultaneamente, sorrir e refletir no tecido de que é feito o ser humano, tanto na sua irrepetível individualidade como nos fios que tecem a teia social da Humanidade a que pertencemos todos.

por Margarida Gil Moreira

Opinião:

Após a leitura da outra obra deste grande autor (podem ver a opinião aqui), ler este livro foi como uma nova lufada de ar fresco, mas no mesmo registo. Ou seja, diferente de tudo o que já li, diferente do convencional e por isso mesmo, considero e considerei entretenimento puro e li numa noite. Agradeço novamente desde já a disponibilidade, confiança e cedência do exemplar digital ao autor Olavo Moreira.
Com um leque de personagens suis generis e todas elas com a história mais mirabolante que já leram, encontramos claras referências satíricas a inúmeras “personas” reais e conseguimos descortinar pedaços de história, minha, do autor, da vizinha do lado, da plebe, da realeza, do cão e do gato. A similaridade com a vida de qualquer um de nós põe-nos claramente na linha de pensamento no que o autor idealizou para esta obra e consegue o seu propósito sem esforço algum.


Um dos meus capítulos favoritos, “Aquilo que eu faço” (já reli umas três vezes de tão bom que é) é o colmatar duma genialidade de criatividade, imaginação e realidade a fundirem-se e só vos posso pedir que leiam. Querem passar um bom momento de descontração pura, leiam. Não leiam só este, leiam ambas as obras do autor. São diferentes? São. E por serem tão diferentes do comum é que valem a pena ler e reler e sentir que não é tudo mais do mesmo e que temos autores nacionais cheios de talento e muito pouca valorização. Ler deve ser uma experiência pessoal de enriquecimento e entretenimento e não mais uma regra que temos que seguir, mais um fardo, mais uma obrigação. Ler é sermos livres de nós próprios e do que nos rodeia. Ler salva vidas.

O Autor:

Olavo Moreira

Olavo Moreira nasceu na cidade do Porto, mas foi em Ovar que viveu a infância e adolescência. Em Braga, na Universidade do Minho, concluiu os estudos em Ensino de Português. Profissionalmente, acumula, até à data, 15 anos de carreira docente, disseminados por Escolas Secundárias, Escolas Profissionais, Centros de Formação, Institutos Superiores e Universidades, lecionando disciplinas nos âmbitos da Língua e Literatura Portuguesas e da Comunicação Empresarial. Paralelamente, de forma pontual e assistemática, colabora em jornais locais. É coautor e encenador, em contexto escolar, de peças teatrais. Presentemente, reside em Ovar.