Daily Archives: 12 de Março de 2023
Opiniões livros lidos em Janeiro
Desde já lamento o atraso, mas o ritmo a que leio é muito superior ao que tenho tempo para escrever sobre as leituras. Então vão seguir opiniões mais curtas , mas honestas que espero que sejam do vosso agrado.

1 – O Homem do Colorado de Stephen King
Sinopse: “Numa ilha ao largo da costa do Maine é encontrado o cadáver de um homem não identificado. Só o trabalho empenhado de dois jornalistas locais e de um aluno de pós-graduação em medicina forense permite apurar algumas pistas, embora se passe mais de um ano até o homem ser identificado. Mas isto é apenas o princípio do mistério. Porque quanto mais sabem acerca do homem e das circunstâncias enigmáticas da sua morte, menos a compreendem. Qual teria sido o móbil do crime?
Ninguém como Stephen King poderia contar esta história acerca da aura que rodeia o desconhecido e da nossa compulsão para investigar o inexplicável. Com ecos de Dashiell Hammett e Graham Greene, um dos maiores contadores de histórias do mundo presenteia-nos com uma narrativa emotiva e surpreendente cujo tema é nada menos do que a própria natureza do mistério…”
Opinião: Este livro é especial por diversos motivos. Foi-nos deixado em herança pelo melhor amigo do Gustavo que partiu muito cedo. Peguei nele após o encontrar entre as muitas arrumações após as inundações que sofremos e é um livro que se lê muito rapidamente e diferente do registo habitual do mestre King. É um livro recheado de apontamentos de humor entre personagens castiças e carismáticas já com uma certa idade, um crime que se torna num mistério levado da breca que se adensa cada vez mais ao longo da narrativa e um final surpreendente pela maneira como nos é contado. Pelo que sei foi adaptado a série televisiva, mas não é muito fiel ao livro em si. Há quem tenha adorado, há quem tenha odiado, eu gostei bastante para o se propõe, dou 3 Estrelinhas.
2 – Os Conspiradores de Un-Sum Kim – Lua de Papel
Sinopse: Basta-lhe apertar o gatilho. Mas hesita. Talvez porque o sol se esteja a pôr. Ou porque a visão da sua vítima, a regar as flores do jardim, o faça hesitar. Ou talvez porque, aos 32 anos, e depois de 15 como assassino contratado, sinta um inesperado vazio. Poisa portanto a arma. O sol, entretanto, já se pôs. Reseng deita-se à espera de um novo dia. Então matará o general. Ou talvez não. Porque o velho lhe aparece de repente ao cair da noite. E convida-o para um chá.
O início do livro é extraordinário. Apaixonamo-nos por Reseng, um assassino em crise existencial. E aos poucos, em pinceladas precisas, aprendemos a conhecê-lo melhor. É um órfão, foi acolhido aos quatro anos por um gangster, e vive desde então numa enorme biblioteca – que é também a sede de um sindicato do crime. É ali que recebe as ordens para matar, por entre leituras de Sófocles e Calvino.
Os Conspiradores deram a conhecer ao Ocidente o premiado autor coreano Un-su Kim, que deixou a crítica tão rendida como desconcertada. Surgiram as comparações, falou-se muito em Camus, em Murakami e até em Don DeLillo. Mas se nas referências literárias não foi encontrado um denominador comum, sempre que se frisava o fulgor cinematográfico da obra, o nome evocado era o mesmo: Quentin Tarantino.
Algures entre esses dois polos – um existencialismo mudo a par de uma exuberante coreografia da violência -, desenha-se um romance notável, que nos prende à leitura e nos leva para além dela.
Opinião: AHHHHHH literatura coreana… não sei quanto a vocês mas eu ADORO! Tanto Manhwa como ficção. Os Conspiradores foi daquelas leituras que te estás a rir como te estás a encolher todo com o nível de violência protagonizado pelas várias personagens ao longo da narrativa. Reseng é um assassino contratado ao estilo Yakuza Japonesa, que ficou orfão muito cedo e foi acolhido por um senhor do crime organizado. Mas que começa a ter problemas de consciência… mas não é bem consciência, é mais de que raios ando eu aqui a fazer no Mundo. Tem duas gatas que adora, o seu refúgio/sede é a Biblioteca dos Cães (e lá existe melhor sitio para nos refugiarmos do que uma biblioteca gigantesca, cheia de livros antigos e poeirentos) e quando se torna ele a presa, a ter que fugir não sabe de quem nem do quê, tudo se torna mais divertido e selvagem. Pelo caminho vão ficando aliados e inimigos apanhados numa guerra por poder mas com mortes todas elas hilariantes e fora do comum. Este é daqueles livros que vieram cá parar a casa por impulso em promoção e valeu tanto, mas tanto a pena. Apenas um pequeno reparo, algumas traduções não estão cem por cento fiéis e podem por vezes confundir o leitor, mas basta ler com atenção que se entende. Dei cinco Estrelinhas ☺
3 – Nascimento Mortal – J.D Robb – Saída de Emergência
Sinopse: A tenente Dallas debate-se com um assassino implacável numa luta contra o tempo
Quando dois jovens amantes – ambos funcionários da mesma empresa de contabilidade – são assassinados, a tenente Dallas é encarregada de investigar os homicídios. A braços com a organização do chá de bebé para Mavis, Eve terá igualmente de lidar com outro pedido da sua amiga: encontrar Tandy Willowby, uma das gestantes das aulas de preparação para o parto, que entretanto desapareceu.
Normalmente, Eve não investigaria um caso destes. No entanto, Mavis é a sua melhor amiga, e a tenente não pode dizer que não. Dallas terá de encontrar Tandy ao mesmo tempo que desvenda os segredos ocultos nos ficheiros de alguns dos mais ricos e reservados cidadãos, numa corrida contra um assassino particularmente cruel. E enquanto o seu marido Roarke descobre informações cruciais para a resolução do caso, Eve enfrenta um perigo bem real…
Opinião: Quem me conhece já sabe que sou fã de longa data da saga Mortal e da Eve & Roarke ship. Mas este livro, bom ficou-me mesmo no coração. Porque a Saga tem personagens secundárias que são tão ou mais importantes e que seguimos o ser percurso deste o inicio e neste livro temos um desenvolvimento muito muito especial, da melhor amiga da Eve, Mavis, e que me deixou o coração quentinho e tornou-se um dos meu favoritos até à data desde que leio a Saga Mortal. Como sempre a Tenente Eve Dallas tem um crime em mãos para resolver, e este bastante peculiar, bastante sórdido, e que dá azo a que tenhamos aqui um livro que não aborrece, que pode e deve ser lido se quiserem sem ser por “ordem” (todos eles podem ser lindos standalone, mas obviamente que quem segue vai entender melhor o relacionamento e evolução das personagens e cenários de crime) e com um final lindíssimo que dá vontade até de reler o livro. Contem sempre com a cenas “picantes” da Eve e do Roarke (ai o Roarke…) que são sempre características na escrita de J.D Robb e que aguçam ainda mais o apetite por estas leituras. Dei cinco estrelinhas.
4 – A Terceira Voz de Cilla e Rolf Börjlind – TopSeller
Sinopse: Um homem enforcado, uma mulher brutalmente assassinada, um denominador comum. Após ter descoberto uma verdade perturbadora e violenta sobre o seu passado, Olivia Rönning decide adiar o que poderia ser uma promissora carreira na Polícia. É então que o pai da sua amiga Sandra Sahlmann, um funcionário da alfândega em Estocolmo, aparece enforcado em casa. À primeira vista, tudo aponta para suicídio. Olivia, porém, sente que algo não bate certo. Ela sabe que não se deve envolver, mas o caso torna-se demasiado pessoal.
Em simultâneo, uma mulher é brutalmente assassinada em Marselha, França. Trata-se de Samira Villon, uma ex-artista de circo cega que fazia filmes pornográficos para sobreviver. Sem saber o que o espera, Tom Stilton, um ex-inspetor da Polícia com quem Olivia colaborou no passado, é arrastado para este caso. Duas mortes aparentemente desligadas entre si juntam novamente Olivia Rönning e Tom Stilton numa investigação de contornos surpreendentes. Conseguirão eles resolver ambos os casos e impedir que mais pessoas tenham destinos trágicos?
Opinião: Este é o segundo livro de uma saga (Rönning & Stilton) mas que também veio cá para casa através de promoção. Não li ainda o primeiro e li o segundo de um sopro de tão bom que é. Não perdi nada em relação ao primeiro porque podem ser lidos independente da ordem, porque são explicadas as origens das personagens principais, Olivia e Tom e o que os leva à narrativa em questão. Dois crimes (ou serão mais?), mas só um deles é considerado como tal. Desejo de vingança, de ordem, de justiça, numa corrida contra o tempo e contra a própria lei. Tal como a maioria dos policiais/Thrillers Nórdicos, temos o q.b de violência inerente a ambos os casos retratados e a componente altamente psicológica e mind blowing que nos deixa sem qualquer tipo de enfado na leitura e que nos prende até ao final sem pestanejar. É simplesmente bom de e ler. Já está na wishlist o primeiro (estão apenas dois traduzidos em português) e dei cinco estrelinhas. Mas dava seis.
5 – Verity, Edição especial de colecionador de Colleen Hoover – TopSeller
Sinopse: Lowen Ashleigh é uma escritora que se debate com grandes dificuldades financeiras, até que aceita uma oferta de trabalho irrecusável: terminar os três últimos volumes da série de sucesso de Verity Crawford, uma autora de renome que ficou incapacitada depois de um terrível acidente.
Para poder entrar na cabeça de Verity e estudar as anotações e ideias reunidas ao longo de anos de trabalho, Lowen aceita o convite de Jeremy Crawford, marido da autora, e muda-se temporariamente para a casa deles. Mas o que ela não esperava encontrar no caótico escritório de Verity era a autobiografia inacabada da autora. Ao lê-la, percebe que esta não se destinava a ser partilhada com ninguém.
São páginas e páginas de confissões arrepiantes, incluindo as memórias de Verity relativas ao dia da morte da filha. Lowen decide ocultar de Jeremy a existência do manuscrito, sabendo que o seu conteúdo destroçaria aquele pai, já em tão grande sofrimento. Mas, à medida que os sentimentos de Lowen por Jeremy se intensificam, ela apercebe-se de que talvez seja melhor ele ler as palavras escritas por Verity. Afinal de contas, por mais dedicado que Jeremy seja à sua mulher doente, uma verdade tão horrenda faria com que fosse impossível ele continuar a amá-la.
Opinião: A minha estreia de livros da Colleen Hoover. Foi-me dito que começava por um livro que não fazia jus à escrita da autora, mas permitam-me discordar. Este foi o livro ideal para mim. E digo ideal porque não existe propriamente romance (que não é o meu género literário de eleição, portanto perfeito) mas sim uma história forte, com personagens de carácter duvidoso, polémico e até diria quase a roçar o tabu. Confesso que fui sem ler spoilers nem grandes reviews porque queria a experiência por inteiro e ainda bem que o fiz. Infelizmente não posso dar a opinião honesta sobre a Verity Crawford porque iria gerar polémica desnecessária, obviamente não concordando com as ações por ela praticadas contra as filhas, mas, existe sempre o mas. E também não morri de amores pela Lowen, que me parece mais uma personagem de suporte do que propriamente uma das protagonistas. Sem serem os três filhos de Verity, a única vitima passiva desta trama é mesmo o Jeremy, no entanto, ele próprio é culpado do seu próprio egoísmo. E não me vou alongar mais, porque como mencionei, acerca deste livro tenho que me refrear na opinião pessoal e íntima. Essa vai mesmo ficar só para mim. Dei cinco estrelinhas, daria dez ou cem. Está muito bem escrito, é muito mas muito real e o capítulo extra faz valer a pena ler esta versão, contextualizando e finalizando uma história que tinha tudo para correr mal. E correu.
6 – Sem Medo do Destino – Nora Roberts – Saída de Emergência
Sinopse: Nos indolentes dias de verão, uma intensa vaga de calor é a maior notícia na cidade de Washington – mas a meteorologia é ignorada quando uma jovem é encontrada estrangulada.
Mais duas vítimas se seguem e subitamente todos os grandes jornais falam no assassino a quem chamam “O Padre”. Quando a polícia requisita o auxílio da psiquiatra Tess Court, ela apresenta o retrato-perfil perturbador de uma alma perversa para definir o criminoso.
Mas o Detetive Ben Paris não quer saber da psique do assassino – o que ele não consegue ignorar é Tess.
Confiante e atraente, Ben tem uma lendária reputação como mulherengo, mas Tess não reage a Ben como as outras mulheres, tornando o desafio de a conquistar muito mais aliciante.
Enquanto Ben e Tess se associam como parceiros nesta perigosa missão, a chama da paixão acende-se… No entanto, alguém mais tem o olhar enfeitiçado pela bela psiquiatra loura, e talvez ninguém consiga impedir a próxima tragédia.
Opinião: Então, mais um livro de Nora Roberts da minha lista interminável de livros para ler dela. Como já mencionei não sou propriamente fã de romances mas a minha querida Nora é a exceção No entanto, demorei algum tempo ainda a poder comprar este livro mas a sinopse desta vez acho que não faz propriamente jus ao que li. Ou seja não gostei assim tanto como queria ter gostado da história digamos principal mas gostei muito (mesmo muito) da história secundária. Temos crime com cenas de stalking meio assustadoras, temos romance com cenas picantes, temos a temática que me fez ler o livro todo sem desistir, saúde mental que é tão importante e tão próxima de mim e os capítulos finais são emocionantes justamente por isso. A dor de Tess ao longo de toda a história secundária é bastante credível e humana. O Ben é o detetive tipico cheio de lábia mas que vê em Tess um desafio merecedor do seus esforços. E todos estes elementos, deram um livro bom, mas não foi dos melhores que li da Nora. Dei três estrelinhas.
Em breve as opiniões dos lidos em Fevereiro. Possivelmente vou começar a efetuar estes posts mensais porque não consigo mesmo opinar na hora tudo o que leio. Obrigado a quem nos continua a ler, e a acreditar que existimos. Sabemos que já ninguém lê blogs mas vamos continuar por cá, até nos apetecer. Boas Leituras!