Author Archives: kou_seiya_girl
Opiniões livros lidos em Janeiro
Desde já lamento o atraso, mas o ritmo a que leio é muito superior ao que tenho tempo para escrever sobre as leituras. Então vão seguir opiniões mais curtas , mas honestas que espero que sejam do vosso agrado.

1 – O Homem do Colorado de Stephen King
Sinopse: “Numa ilha ao largo da costa do Maine é encontrado o cadáver de um homem não identificado. Só o trabalho empenhado de dois jornalistas locais e de um aluno de pós-graduação em medicina forense permite apurar algumas pistas, embora se passe mais de um ano até o homem ser identificado. Mas isto é apenas o princípio do mistério. Porque quanto mais sabem acerca do homem e das circunstâncias enigmáticas da sua morte, menos a compreendem. Qual teria sido o móbil do crime?
Ninguém como Stephen King poderia contar esta história acerca da aura que rodeia o desconhecido e da nossa compulsão para investigar o inexplicável. Com ecos de Dashiell Hammett e Graham Greene, um dos maiores contadores de histórias do mundo presenteia-nos com uma narrativa emotiva e surpreendente cujo tema é nada menos do que a própria natureza do mistério…”
Opinião: Este livro é especial por diversos motivos. Foi-nos deixado em herança pelo melhor amigo do Gustavo que partiu muito cedo. Peguei nele após o encontrar entre as muitas arrumações após as inundações que sofremos e é um livro que se lê muito rapidamente e diferente do registo habitual do mestre King. É um livro recheado de apontamentos de humor entre personagens castiças e carismáticas já com uma certa idade, um crime que se torna num mistério levado da breca que se adensa cada vez mais ao longo da narrativa e um final surpreendente pela maneira como nos é contado. Pelo que sei foi adaptado a série televisiva, mas não é muito fiel ao livro em si. Há quem tenha adorado, há quem tenha odiado, eu gostei bastante para o se propõe, dou 3 Estrelinhas.
2 – Os Conspiradores de Un-Sum Kim – Lua de Papel
Sinopse: Basta-lhe apertar o gatilho. Mas hesita. Talvez porque o sol se esteja a pôr. Ou porque a visão da sua vítima, a regar as flores do jardim, o faça hesitar. Ou talvez porque, aos 32 anos, e depois de 15 como assassino contratado, sinta um inesperado vazio. Poisa portanto a arma. O sol, entretanto, já se pôs. Reseng deita-se à espera de um novo dia. Então matará o general. Ou talvez não. Porque o velho lhe aparece de repente ao cair da noite. E convida-o para um chá.
O início do livro é extraordinário. Apaixonamo-nos por Reseng, um assassino em crise existencial. E aos poucos, em pinceladas precisas, aprendemos a conhecê-lo melhor. É um órfão, foi acolhido aos quatro anos por um gangster, e vive desde então numa enorme biblioteca – que é também a sede de um sindicato do crime. É ali que recebe as ordens para matar, por entre leituras de Sófocles e Calvino.
Os Conspiradores deram a conhecer ao Ocidente o premiado autor coreano Un-su Kim, que deixou a crítica tão rendida como desconcertada. Surgiram as comparações, falou-se muito em Camus, em Murakami e até em Don DeLillo. Mas se nas referências literárias não foi encontrado um denominador comum, sempre que se frisava o fulgor cinematográfico da obra, o nome evocado era o mesmo: Quentin Tarantino.
Algures entre esses dois polos – um existencialismo mudo a par de uma exuberante coreografia da violência -, desenha-se um romance notável, que nos prende à leitura e nos leva para além dela.
Opinião: AHHHHHH literatura coreana… não sei quanto a vocês mas eu ADORO! Tanto Manhwa como ficção. Os Conspiradores foi daquelas leituras que te estás a rir como te estás a encolher todo com o nível de violência protagonizado pelas várias personagens ao longo da narrativa. Reseng é um assassino contratado ao estilo Yakuza Japonesa, que ficou orfão muito cedo e foi acolhido por um senhor do crime organizado. Mas que começa a ter problemas de consciência… mas não é bem consciência, é mais de que raios ando eu aqui a fazer no Mundo. Tem duas gatas que adora, o seu refúgio/sede é a Biblioteca dos Cães (e lá existe melhor sitio para nos refugiarmos do que uma biblioteca gigantesca, cheia de livros antigos e poeirentos) e quando se torna ele a presa, a ter que fugir não sabe de quem nem do quê, tudo se torna mais divertido e selvagem. Pelo caminho vão ficando aliados e inimigos apanhados numa guerra por poder mas com mortes todas elas hilariantes e fora do comum. Este é daqueles livros que vieram cá parar a casa por impulso em promoção e valeu tanto, mas tanto a pena. Apenas um pequeno reparo, algumas traduções não estão cem por cento fiéis e podem por vezes confundir o leitor, mas basta ler com atenção que se entende. Dei cinco Estrelinhas ☺
3 – Nascimento Mortal – J.D Robb – Saída de Emergência
Sinopse: A tenente Dallas debate-se com um assassino implacável numa luta contra o tempo
Quando dois jovens amantes – ambos funcionários da mesma empresa de contabilidade – são assassinados, a tenente Dallas é encarregada de investigar os homicídios. A braços com a organização do chá de bebé para Mavis, Eve terá igualmente de lidar com outro pedido da sua amiga: encontrar Tandy Willowby, uma das gestantes das aulas de preparação para o parto, que entretanto desapareceu.
Normalmente, Eve não investigaria um caso destes. No entanto, Mavis é a sua melhor amiga, e a tenente não pode dizer que não. Dallas terá de encontrar Tandy ao mesmo tempo que desvenda os segredos ocultos nos ficheiros de alguns dos mais ricos e reservados cidadãos, numa corrida contra um assassino particularmente cruel. E enquanto o seu marido Roarke descobre informações cruciais para a resolução do caso, Eve enfrenta um perigo bem real…
Opinião: Quem me conhece já sabe que sou fã de longa data da saga Mortal e da Eve & Roarke ship. Mas este livro, bom ficou-me mesmo no coração. Porque a Saga tem personagens secundárias que são tão ou mais importantes e que seguimos o ser percurso deste o inicio e neste livro temos um desenvolvimento muito muito especial, da melhor amiga da Eve, Mavis, e que me deixou o coração quentinho e tornou-se um dos meu favoritos até à data desde que leio a Saga Mortal. Como sempre a Tenente Eve Dallas tem um crime em mãos para resolver, e este bastante peculiar, bastante sórdido, e que dá azo a que tenhamos aqui um livro que não aborrece, que pode e deve ser lido se quiserem sem ser por “ordem” (todos eles podem ser lindos standalone, mas obviamente que quem segue vai entender melhor o relacionamento e evolução das personagens e cenários de crime) e com um final lindíssimo que dá vontade até de reler o livro. Contem sempre com a cenas “picantes” da Eve e do Roarke (ai o Roarke…) que são sempre características na escrita de J.D Robb e que aguçam ainda mais o apetite por estas leituras. Dei cinco estrelinhas.
4 – A Terceira Voz de Cilla e Rolf Börjlind – TopSeller
Sinopse: Um homem enforcado, uma mulher brutalmente assassinada, um denominador comum. Após ter descoberto uma verdade perturbadora e violenta sobre o seu passado, Olivia Rönning decide adiar o que poderia ser uma promissora carreira na Polícia. É então que o pai da sua amiga Sandra Sahlmann, um funcionário da alfândega em Estocolmo, aparece enforcado em casa. À primeira vista, tudo aponta para suicídio. Olivia, porém, sente que algo não bate certo. Ela sabe que não se deve envolver, mas o caso torna-se demasiado pessoal.
Em simultâneo, uma mulher é brutalmente assassinada em Marselha, França. Trata-se de Samira Villon, uma ex-artista de circo cega que fazia filmes pornográficos para sobreviver. Sem saber o que o espera, Tom Stilton, um ex-inspetor da Polícia com quem Olivia colaborou no passado, é arrastado para este caso. Duas mortes aparentemente desligadas entre si juntam novamente Olivia Rönning e Tom Stilton numa investigação de contornos surpreendentes. Conseguirão eles resolver ambos os casos e impedir que mais pessoas tenham destinos trágicos?
Opinião: Este é o segundo livro de uma saga (Rönning & Stilton) mas que também veio cá para casa através de promoção. Não li ainda o primeiro e li o segundo de um sopro de tão bom que é. Não perdi nada em relação ao primeiro porque podem ser lidos independente da ordem, porque são explicadas as origens das personagens principais, Olivia e Tom e o que os leva à narrativa em questão. Dois crimes (ou serão mais?), mas só um deles é considerado como tal. Desejo de vingança, de ordem, de justiça, numa corrida contra o tempo e contra a própria lei. Tal como a maioria dos policiais/Thrillers Nórdicos, temos o q.b de violência inerente a ambos os casos retratados e a componente altamente psicológica e mind blowing que nos deixa sem qualquer tipo de enfado na leitura e que nos prende até ao final sem pestanejar. É simplesmente bom de e ler. Já está na wishlist o primeiro (estão apenas dois traduzidos em português) e dei cinco estrelinhas. Mas dava seis.
5 – Verity, Edição especial de colecionador de Colleen Hoover – TopSeller
Sinopse: Lowen Ashleigh é uma escritora que se debate com grandes dificuldades financeiras, até que aceita uma oferta de trabalho irrecusável: terminar os três últimos volumes da série de sucesso de Verity Crawford, uma autora de renome que ficou incapacitada depois de um terrível acidente.
Para poder entrar na cabeça de Verity e estudar as anotações e ideias reunidas ao longo de anos de trabalho, Lowen aceita o convite de Jeremy Crawford, marido da autora, e muda-se temporariamente para a casa deles. Mas o que ela não esperava encontrar no caótico escritório de Verity era a autobiografia inacabada da autora. Ao lê-la, percebe que esta não se destinava a ser partilhada com ninguém.
São páginas e páginas de confissões arrepiantes, incluindo as memórias de Verity relativas ao dia da morte da filha. Lowen decide ocultar de Jeremy a existência do manuscrito, sabendo que o seu conteúdo destroçaria aquele pai, já em tão grande sofrimento. Mas, à medida que os sentimentos de Lowen por Jeremy se intensificam, ela apercebe-se de que talvez seja melhor ele ler as palavras escritas por Verity. Afinal de contas, por mais dedicado que Jeremy seja à sua mulher doente, uma verdade tão horrenda faria com que fosse impossível ele continuar a amá-la.
Opinião: A minha estreia de livros da Colleen Hoover. Foi-me dito que começava por um livro que não fazia jus à escrita da autora, mas permitam-me discordar. Este foi o livro ideal para mim. E digo ideal porque não existe propriamente romance (que não é o meu género literário de eleição, portanto perfeito) mas sim uma história forte, com personagens de carácter duvidoso, polémico e até diria quase a roçar o tabu. Confesso que fui sem ler spoilers nem grandes reviews porque queria a experiência por inteiro e ainda bem que o fiz. Infelizmente não posso dar a opinião honesta sobre a Verity Crawford porque iria gerar polémica desnecessária, obviamente não concordando com as ações por ela praticadas contra as filhas, mas, existe sempre o mas. E também não morri de amores pela Lowen, que me parece mais uma personagem de suporte do que propriamente uma das protagonistas. Sem serem os três filhos de Verity, a única vitima passiva desta trama é mesmo o Jeremy, no entanto, ele próprio é culpado do seu próprio egoísmo. E não me vou alongar mais, porque como mencionei, acerca deste livro tenho que me refrear na opinião pessoal e íntima. Essa vai mesmo ficar só para mim. Dei cinco estrelinhas, daria dez ou cem. Está muito bem escrito, é muito mas muito real e o capítulo extra faz valer a pena ler esta versão, contextualizando e finalizando uma história que tinha tudo para correr mal. E correu.
6 – Sem Medo do Destino – Nora Roberts – Saída de Emergência
Sinopse: Nos indolentes dias de verão, uma intensa vaga de calor é a maior notícia na cidade de Washington – mas a meteorologia é ignorada quando uma jovem é encontrada estrangulada.
Mais duas vítimas se seguem e subitamente todos os grandes jornais falam no assassino a quem chamam “O Padre”. Quando a polícia requisita o auxílio da psiquiatra Tess Court, ela apresenta o retrato-perfil perturbador de uma alma perversa para definir o criminoso.
Mas o Detetive Ben Paris não quer saber da psique do assassino – o que ele não consegue ignorar é Tess.
Confiante e atraente, Ben tem uma lendária reputação como mulherengo, mas Tess não reage a Ben como as outras mulheres, tornando o desafio de a conquistar muito mais aliciante.
Enquanto Ben e Tess se associam como parceiros nesta perigosa missão, a chama da paixão acende-se… No entanto, alguém mais tem o olhar enfeitiçado pela bela psiquiatra loura, e talvez ninguém consiga impedir a próxima tragédia.
Opinião: Então, mais um livro de Nora Roberts da minha lista interminável de livros para ler dela. Como já mencionei não sou propriamente fã de romances mas a minha querida Nora é a exceção No entanto, demorei algum tempo ainda a poder comprar este livro mas a sinopse desta vez acho que não faz propriamente jus ao que li. Ou seja não gostei assim tanto como queria ter gostado da história digamos principal mas gostei muito (mesmo muito) da história secundária. Temos crime com cenas de stalking meio assustadoras, temos romance com cenas picantes, temos a temática que me fez ler o livro todo sem desistir, saúde mental que é tão importante e tão próxima de mim e os capítulos finais são emocionantes justamente por isso. A dor de Tess ao longo de toda a história secundária é bastante credível e humana. O Ben é o detetive tipico cheio de lábia mas que vê em Tess um desafio merecedor do seus esforços. E todos estes elementos, deram um livro bom, mas não foi dos melhores que li da Nora. Dei três estrelinhas.
Em breve as opiniões dos lidos em Fevereiro. Possivelmente vou começar a efetuar estes posts mensais porque não consigo mesmo opinar na hora tudo o que leio. Obrigado a quem nos continua a ler, e a acreditar que existimos. Sabemos que já ninguém lê blogs mas vamos continuar por cá, até nos apetecer. Boas Leituras!
Apresentação “Sombras da Raia” de Nuno Franco Pires – Visgarolho – 4 de Março 2023, Fnac Évora
Foi no sábado que nos fizémos à estrada e fomos à apresentação do livro As Sombras da Raia, bem longe aqui da nossa área de residência. Serviu como um excelente passeio à belissima cidade de Évora (infelizmente o tempo foi curto) e para conhecer o autor Nuno Franco Pires, que é de uma simpatia e talento enormes.
Deixamos a galeria possivel de fotos e o video (desculpem pelo audio baixo) da apresentação e mini passeio.
Podem e deve ler a opinão ao livro aqui e adquirir nas livrarias aderentes ou directamente no website da Editora Visgarolho






O Autor:

Nuno Franco Pires nasceu em 1975, em Elvas, e por lá continua.
Gosta de ser alentejano. Gosta de escrever.
Iniciou a aventura pela blogosfera sendo coautor do espaço Dualidades. Participou em coletâneas com autores portugueses e espanhóis, escreveu artigos de opinião e crónicas para portais locais. Integra o painel de tertulianos da rúbrica “Conversas de barbearia” do blog Três Paixões.
Em 2014 publicou o seu romance de estreia “Searas ao vento”. Em 2020, em plena pandemia, seguiu-se-lhe “Um dia a aldeia acabou”. “Sombras da raia” é o seu terceiro romance.
Opinião – Melancholia – Francisco José Viegas – Porto Editora

ISBN: 978-972-0-03470-0
Edição/reimpressão: 09-2022
Editor: Porto Editora
Páginas: 336
Sinopse:
Ao longo de um ano, entre um encontro literário na Póvoa de Varzim e o início da pandemia, ninguém soube do paradeiro de Cristina Pinho Ferraz, escritora extravagante, premiada e temida. Até que, nos jardins românticos do Palácio de Cristal, no Porto, a coberto da copa das árvores, apareceu um corpo enterrado sob a terra, dividido em várias partes.
Porém, a nova investigação do inspetor Jaime Ramos (que entretanto fora substituído na divisão de homicídios) não começa com a descoberta desse cadáver; pelo contrário, obriga-o a recuar no passado, a ouvir testemunhos sobre vaidade, vingança, literatura e ambição, e também histórias de família ou de amor e melancolia.
Enquanto o confinamento se espalha sobre vivos e desaparecidos, Jaime Ramos reconstitui a biografia daquela mulher e a história de uma família e de uma genealogia do poder nas margens da tradição judaica portuense, confrontando-se mais uma vez com as suas obsessões: a ameaça da idade e da memória, a fragilidade dos velhos e a reconstituição do passado. Então, o que poderia ser apenas uma história de inveja e traição entre intelectuais desavindos e cómicos, transforma-se num inquérito sobre a melancolia portuguesa.
Opinião:
Melacholia foi o meu policial de estreia de Francisco José Viegas. Apesar de agora saber que existem várias obras protagonizando Jaime Ramos, sendo que a personagem faz 30 anos de existência, não me arrependo de ter começado por este, até porque é uma obra que pode ser lida sem termos lido as anteriores. Jaime Ramos foi substituído na divisão de homicídios e anda um pouco à deriva…a idade não perdoa, os anos de trabalho também não. Mesmo afastado da sua função nas autoridades, vai na mesma encetar investigações no âmbito do desaparecimento de uma escritora de renome Cristina Pinho Ferraz, que ao que tudo indica, em plena pandemia “ganhou sumiço” e ninguém deu conta. E entretanto é encontrado um corpo nos Jardins do Palácio de Cristal no Porto. Bom, mas tudo isto pode ser lido na Sinopse. O que vos queria dizer, é que este livro é um veiculo para reflexão, para repensarmos a forma como vivemos e agimos, a nossa própria essência e quando nos é retirado parte do que somos ou sabemos fazer ficamos tendencialmente inertes e sem reação. Entramos em melancolia. Jaime Ramos, com toda a sua personalidade forte e bem vincada, deixa-se envolver num rol de situações que o obrigam a voltar ao passado, que o obrigam a lembrar aquilo que queria ter esquecido, que o obrigam a ser aquilo que ele ainda não entende que já o é. Gostei particularmente que parte da história se tenha centrado no meio literário entre autores, pseudo autores, editores, curiosos, mal dizentes e escritores fantasma. Como a narrativa está colocada, conseguimos entender bem o meio, as suas lacunas, as suas farsas, e como parece que meio Mundo quer sempre ser mais do que é ou ser outra coisa.
Tive a oportunidade de ir a uma das apresentações desta obra (podem ver aqui) e conhecer o autor e ouvir do próprio (e do incrível Carlos Vaz Marques e Sofia Fraa) o que a mesma representava e significava e não me desiludi em nada e só posso sem duvida recomendar e ansiar pela leitura das obras anteriores.
O Autor:

Francisco José Viegas nasceu em 1962. Professor, jornalista e editor, é responsável pela revista Ler e foi também diretor da revista Grande Reportagem e da Casa Fernando Pessoa. De junho de 2011 a outubro de 2012 exerceu o cargo de Secretário de Estado da Cultura. Colaborou em vários jornais e revistas, e foi autor de vários programas na rádio (TSF e Antena 1) e televisão (Livro Aberto, Escrita em Dia, Ler para Crer, Primeira Página, Avenida Brasil, Prazeres, Um Café no Majestic, A Torto e a Direito, Nada de Cultura). Da sua obra destacam-se livros de poesia (Metade da Vida, O Puro e o Impuro, Se Me Comovesse o Amor) e os romances Regresso por um Rio, Crime em Ponta Delgada, Morte no Estádio, As Duas Águas do Mar, Um Céu Demasiado Azul, Um Crime na Exposição, Um Crime Capital, Lourenço Marques, Longe de Manaus (Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores 2005), O Mar em Casablanca, O Colecionador de Erva, A Poeira que Cai sobre a Terra e Outras Histórias de Jaime Ramos e A Luz de Pequim (Prémio Fernando Namora 2020 e Prémio PEN 2020 Narrativa).
Opinião – Soberba Escuridão (2022) – Andreia Ferreira

ISBN: 9789895319367
Editor: Edições Velha Lenda
Ano: 2022
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 228 x 16 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 277
Sinopse:
Quando o relógio pisca as zero horas intermitentes, Carla recebe no seu quarto uma visita indesejada. A partir daí, todo o seu mundo se desmorona e a solidão e o medo encarregam-se de a arrastar para um estado deprimente que só um desconhecido parece compreender.
Cega pela paixão, nega as evidências de que o seu novo amor é mais do que um rosto angelical. E que esconde segredos que a levarão para perigos que emergem das profundezas do inferno.
Opinião:
Não sendo “marinheira de primeira viagem”, tendo em conta que li a primeira versão em Março de 2014, vou dar a minha opinião baseada nas diferenças que a autora introduziu na sua obra e o quanto em 9 anos as coisas mudam.
Mudança não significa algo errado pelo contrário. A escrita da Andreia amadureceu e solidificou uma história já por ela interessante e carregada da sua alma de escritora. Com capítulos mais completos e cheios de mistério, desconhecido, o romance entre Carla e Caael permanece icónico e transversal ao que li anteriormente e conhecendo já de antemão a história li na mesma como se fosse a primeira vez. Carla, a protagonista é uma jovem normalíssima com uma vida tranquila, ambiente familiar sereno, uma jovem adulta com amigas e amigos e com todas as questões típicas de um final de adolescência a decorrer dentro da “normalidade”. Até que a vida dela dá uma volta ao conhecer Caael, um misterioso rapaz mais velho, enigmático, controlador, demasiado apaixonado e protetor. Passados 9 anos, não consigo ter a mesma opinião do romance da Carla e do Caael, é demasiado rápido e arrebatador e dá aquela sensação de que ela “sufoca” no amor dele… mas pensando em mim como adolescente, tudo era um drama e um horror se o rapaz que nós gostávamos não lia a carta de amor (não haviam Internet, nem telemóveis) ou te ignorava na escola. É por aí. Continuo a gostar muito da Raquel, sinto uma grande empatia com ela, mas é com a Ana que definitivamente atualmente me identifico mais. Talvez porque com quase 39 anos sou um pouco também culpada de já não ter tanta paciência para “pessoas” e ligar cada vez menos (ou nada) ao que pensam de mim.
Andreia , estás de parabéns mais uma vez, conseguiste dar uma lufada de ar fresco ao teu romance, sem perder qualidade e interesse. E tens aqui uma fã da tua trilogia sem dúvida.
Podem e devem adquirir este livro e já em pré-venda o segundo livro na recém chegada Devaneios Editora

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- Soberta Tentação – Comprar aqui – Entregas a partir do dia 01-03-2023 – Preço promocional de 15% de desconto exclusivo da Pré-venda, até dia 28-02-2023 – Oferta de Marcador
Um pequeno aparte, esta edição que comprei na Feira do Livro de Lisboa 2022, das Edições Velha Lenda, não sei se foi apenas do meu exemplar mas encontrei várias gralhas ou erros de impressão (palavras que não levam hífen com o mesmo) algumas palavras ou frases diferentes em Português do Brasil (não sabendo, atenção se tem a ver com o Novo Acordo Ortográfico).
A autora:

Nascida e criada em Braga, Andreia Ferreira orgulha-se muito do seu sotaque. Gosta de escrever nos cafés, roubando pedaços das histórias de cada um para se inspirar. Primeiro, licenciou-se em Línguas e Literaturas Europeias, tem duas pós-graduações, mas acabou por optar por Direito. É casada com o amor da sua vida e, juntos, trouxeram ao mundo dois filhos.
É autora da trilogia Soberba e do romance Maresia e Fortuna. Administra o blogue d311nh4 desde 2010.
Desde os 11 anos, abre o correio na expectativa de ter à sua espera uma carta para Hogwarts.
Evento 20 Anos Grupo Saída de Emergência
Hoje foi uma manhã muito muito especial! Tivemos o enorme privilegio de poder assistir ao evento do Vigésimo Aniversário do Grupo Editorial Saída de Emergência no Museu de Lisboa, Palácio Pimenta e foi tudo tão bonito! Sala cheia, caras conhecidas de muitos anos e uma generosidade imensa de todos os envolvidos. Com direito a prendinhas, à apresentação do plano Editorial em primeira mão para 2023 (ainda não fechado segundo Luís Corte Real) a um Brunch delicioso e uma visita guiada e explicativa à Maqueta de Lisboa antes do Terramoto de 1755, saímos de coração cheio e sem dúvida com a certeza absoluta que daqui a 20 anos ainda cá estarão a fazer felizes todos os leitores, sejam de que faixa etária forem. Este ano também vamos voltar a ter Festival Bang! (YEAHHHH) e a continuação da revista Bang! Assim como o Bangcast!
Obrigado pelo convite, por se manterem connosco ao longo destes 9 anos de Blog (mas são muitos mais de leituras SDE) e estamos cá sempre deste lado! Gratidão!
Deixamos abaixo algumas fotos do evento e das prendinhas! E em breve Giveaway de aniversário do Blog para quem não pôde estar presente 🙂




Plano Editorial 2023






Opinião – A Herdeira do Titanic – Francisco Silva – Intelectual Editora

Autor: Francisco Silva
ISBN: 978-989-53855-1-5
Dimensões: 152,4 x 228,6 x 13,4 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 222
Sinopse:
UM GIGANTE CAÍDO E O DESTINO DE UMA FAMÍLIA
No dia 15 de abril de 1912, o mundo acorda em choque com o naufrágio do Titanic, a maior e mais arrojada construção náutica alguma vez construída até à data.
De Inglaterra rumo à América embarcou uma jovem de nome Vivien, a pedido do seu avô, o magnata Bernard Belanger, um homem cru e angustiado pelo passado. Vivien é a sua única e última esperança para a redenção.
Entre os sobreviventes resgatados pelo navio Carpathia, chega a Nova-Iorque a jovem que é recebida na mansão da família em Riverside Drive.
Vive-se uma época de mudança com ideias progressistas, que vão desde os avanços tecnológicos até à luta das sufragistas, que fervilham no seio do mundo civilizado. Mas o naufrágio do Titanic veio abalar os alicerces da sociedade e deixar um aviso ao ser humano e às suas ambições.
A herdeira rapidamente se vê envolvida num turbilhão de acontecimentos, não só pelas consequências do naufrágio mas também por uma jura de vingança que a sua vinda a Nova Iorque reacendeu.
Tal como o Titanic, a poderosa família Belanger também tem pés de barro. Os gigantes também caem…
Opinião:
Confesso que sou uma fã da tragédia histórica que se tornou o naufrágio do Titanic e já li várias obras verídicas sobre o “que se presume” que aconteceu (isto dito assim, parece errado, mas a verdade é que foi uma tragédia, mas veio a revolucionar a industria náutica e a mudar mentalidades próprias da época).
O filme, visto em inicio de adolescência duas vezes no cinema, foi uma choradeira pregada (hormonas adolescentes) e revi ao longo dos anos várias vezes e aprofundei a minha opinião acerca do mesmo… sim eu gostei, gosto e irei sempre gostar, para a época em que foi feito, foi absolutamente maravilhoso. E sim, quem me conhece sabe que sou tão romântica que nem uma pedra da calçada mas este filme sempre mexeu com os meus sentimentos. E é aqui que entra este lindíssimo romance “A Herdeira do Titanic” que entre ficção inédita e pequenas menções a situações que acontecem no filme (adorei os detalhes referentes ao filme) nos leva a conhecer Bernard Belanger, que convida a sua neta Vivien a vir de Inglaterra até aos Estados Unidos para o conhecer, após a morte da sua filha, Mãe de Vivien (com quem cortou relações muitos anos antes e viveu essa angustia deste sempre).
Acontece que Vivien vem a bordo do Titanic que se afunda no Atlântico Norte de 14 para 15 de Abril de 1912 e Bernard fica a saber que a jovem é uma das sobreviventes que vem a bordo do Carpathia (a mesma tem em seu poder algo que confirma que é a sua neta) mas com perda de memória, memória essa que terá que ser recuperada de forma a que toda aquela trágica noite possa ser esclarecida pela sobrevivente e quem sabe revelar alguns pormenores de extrema importância para o seu avô e para ela própria. Belanger é um dos magnatas sócios do Titanic e daí se falar na sua neta como ” A Herdeira do Titanic”. Vivien vai aprender mais sobre a família Belanger, conviver com os amigos, mas também inimigos, do passado e do presente da família de renome e com a ajuda do médico designado para a ajudar a recuperar a memória, tudo pode se desmoronar, ou construir. É uma belíssima história de amor, de superação e de segredos de família que podem destruir vidas. É uma história de vidas destruídas para sempre e outras prestes a começar. Tudo depende das ações que se tomam. Livro maravilhoso, adorei, escrita fluída, narrativa bastante assertiva e regular e capítulos com o tamanho certo para se ler numa bela tarde fria de Sol. Mais um excelente autor nacional a produzir uma obra maravilhosa!
#vamoscontinuaraapoiarosautoresnacionais
O Autor
Francisco Silva é um escritor e ilustrador português. Nasceu no Porto em 1988 e desde muito jovem desenvolveu a sua paixão por literatura, cinema e ilustração, áreas que aprofundou na sua formação académica.
Estudou Artes Visuais na Escola Artística de Soares dos Reis e é licenciado na área das Artes pela Universidade Católica Portuguesa.
O seu trabalho de escrita e ilustração divide-se entre Portugal e Estados Unidos da América.
Obrigado André pelo presente ❤
Opinião – A Rapariga Invisível – Carlos M. Queirós – Cultura, Grupo Infinito Particular
ISBN: 9789898979841
Editor: Cultura Editora
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 228 x 18 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 288
Sinope:
Agosto, Hospital de São João. Rafael Castro está a ser operado a um tumor cerebral. Nos últimos dias, a pequena Eva, uma criança que só ele vê e ouve, como se um sonho lhe tomasse as faculdades mentais, tem sido uma companhia constante. A menina deu-lhe uma missão: salvar Rita Lemos, a mulher que estava em coma havia cerca de dois anos, num eterno sono, numa cama do piso oito.
Será que Eva é uma alucinação própria da doença? O Dr. Pinto Fraga pensa que sim. Mas opinião divergente tem o seu colega Wilson Mendes, vindo do Brasil para provar que o tumor estava a originar que determinados mecanismos cerebrais coincidissem numa espécie de ligação com uma dimensão desconhecida.
Baseado em factos verídicos, A Rapariga Invisível é uma magnífica história misteriosa, assombrosa e tocante. Uma mensagem de esperança. Esperança no amor, na vida, na determinação, no futuro e na coragem de aceitar o desconhecido.
Opinião:
Tenho tanto mas tanto para dizer sobre este livro que é difícil escrever uma opinião sem spoiler e desprovida de emoção. Devo-vos dizer que considero que para se ler esta obra, devemos fazer de mente e espírito aberto, sem preconceitos ou ideias pré-concebidas. Devemos aceitar que se tratará de ficção para muitos e de uma realidade para outros. Para mim é realidade(e é baseado em factos reais) tendo em conta as minhas crenças, a minhas experiência de vida com situações similares retratadas (não a respeito da doença, mas a respeito da vida após a morte) e é com base nas minhas crenças que escrevo a minha opinião.
Não é de todo inédito um romance com trechos de situações de vida após a morte,com anjos, demónios, experiências extra-corporais e fé e, algo superior a nós, humanidade. Mas o autor nesta sua obra descreve com carinho, com toda a sua alma, como o desconhecido para céticos muito rapidamente se torna real, credível e algo a seguir. É o que acontece ao protagonista Rafael Castro, que a braços com um terrível e quase inoperável tumor cerebral consegue de alguma forma comunicar com uma menina, que apenas ele vê, que segundo um dos médicos que o opera o cético Dr. Pinto não passa de alucinação proveniente do seu estado de saúde. É aqui que entra o outro médico da trama, Dr. Wilson, que vem do Brasil para fundamentar a sua pesquisa e obter provas que o nosso cérebro consegue ter ligações a outras dimensões, ao até agora desconhecido “além”. Rafael com a ajuda de Eva, a menina invisível, tem a missão de salvar o amor da sua vida, Rita, que se encontra num coma com cerca de 2 anos e a quem querem desligar as máquinas, desconhecendo que a mesma se encontra “viva” presa num corpo morto. É com muita mas mesmo muita perseverança, luta e coragem que Rafael une toda a sua força física e espiritual para encetar esforços a salvar Rita, salvar-se a si e dar esperança a todas as personagens que se cruzam com ele na sua missão.
Este livro a mim, deu-me um calor especial no coração. Deu-me esperança, deu-me alento, e mesmo que não acreditasse no desconhecido (em que acredito) ia ser uma leitura absolutamente maravilhosa, muito (mesmo muito) bem escrita e sem qualquer oportunidade para paragens a não ser a minha vista cansada. O AMOR que nutrimos uns pelos outros tem uma força e um poder extraordinário, assim como a nossa MENTE, tem uma capacidade imensa cuja percentagem ainda desconhecemos e acho que já não vou estar viva quando a ciência o conseguir provar.
Acreditar é das poucas coisas que ainda nos restam, mesmo sendo uma mulher ligada às tecnologias e ciência , eu acredito.
Esta opinião é dedicada ao meu Luís (2º pai, padrinho, amigo) que espero que me esteja a ver e guardar onde quer que ele esteja. Amo-te muito, foste cedo demais.
O autor:

Carlos M. Queirós nasceu em Marco de Canaveses em 1967. Cresceu num meio rural, com mais sete irmãos. O isolamento da aldeia, a falta de motivos de interesse para os jovens, levaram o autor a despertar para a escrita, na sua adolescência. É formador em diversas vertentes da área comercial e fundador de TERRALETRAS (associação de escritores em Marco de Canaveses).
Opinião – Da Morte e Outras Vidas – Olavo Moreira

Editora: Astrolábio Edições
Data de publicação: 2022-02-02
Páginas: 206
ISBN: 978-989-37-2522-1
Género: Ficção
Idioma: PT
Sinopse:
Desfilam nas páginas deste livro, como na vida, personagens e peripécias invulgares que o autor disseca com humor inteligente e ironia, num discurso rico, visual e expressivo.Temas e situações díspares onde as existências conturbadas (e até grotescas) descritas se oferecem ao leitor na caricatura, por vezes desconcertante, das personagens e das suas relações interpessoais.No labirinto das suas vidas e contradições, são gente que escava com as próprias mãos um rumo que justifique a existência e a fruição do tempo que passa inexoravelmente.Aqui encontramos retratos e comportamentos humanos que, embora reconheçamos e sejam familiarmente lusos, ultrapassam estas fronteiras e mergulham na atualidade dos nossos dias, independentemente de latitudes geográficas ou culturais.Este é um olhar crítico que faz, simultaneamente, sorrir e refletir no tecido de que é feito o ser humano, tanto na sua irrepetível individualidade como nos fios que tecem a teia social da Humanidade a que pertencemos todos.
por Margarida Gil Moreira
Opinião:
Após a leitura da outra obra deste grande autor (podem ver a opinião aqui), ler este livro foi como uma nova lufada de ar fresco, mas no mesmo registo. Ou seja, diferente de tudo o que já li, diferente do convencional e por isso mesmo, considero e considerei entretenimento puro e li numa noite. Agradeço novamente desde já a disponibilidade, confiança e cedência do exemplar digital ao autor Olavo Moreira.
Com um leque de personagens suis generis e todas elas com a história mais mirabolante que já leram, encontramos claras referências satíricas a inúmeras “personas” reais e conseguimos descortinar pedaços de história, minha, do autor, da vizinha do lado, da plebe, da realeza, do cão e do gato. A similaridade com a vida de qualquer um de nós põe-nos claramente na linha de pensamento no que o autor idealizou para esta obra e consegue o seu propósito sem esforço algum.

Um dos meus capítulos favoritos, “Aquilo que eu faço” (já reli umas três vezes de tão bom que é) é o colmatar duma genialidade de criatividade, imaginação e realidade a fundirem-se e só vos posso pedir que leiam. Querem passar um bom momento de descontração pura, leiam. Não leiam só este, leiam ambas as obras do autor. São diferentes? São. E por serem tão diferentes do comum é que valem a pena ler e reler e sentir que não é tudo mais do mesmo e que temos autores nacionais cheios de talento e muito pouca valorização. Ler deve ser uma experiência pessoal de enriquecimento e entretenimento e não mais uma regra que temos que seguir, mais um fardo, mais uma obrigação. Ler é sermos livres de nós próprios e do que nos rodeia. Ler salva vidas.

O Autor:
Olavo Moreira nasceu na cidade do Porto, mas foi em Ovar que viveu a infância e adolescência. Em Braga, na Universidade do Minho, concluiu os estudos em Ensino de Português. Profissionalmente, acumula, até à data, 15 anos de carreira docente, disseminados por Escolas Secundárias, Escolas Profissionais, Centros de Formação, Institutos Superiores e Universidades, lecionando disciplinas nos âmbitos da Língua e Literatura Portuguesas e da Comunicação Empresarial. Paralelamente, de forma pontual e assistemática, colabora em jornais locais. É coautor e encenador, em contexto escolar, de peças teatrais. Presentemente, reside em Ovar.
Opinião – A Caixa de Orações – Lisa Wingate – Chá das Cinco (Grupo Saída de Emergência)

Chancela: Chá das Cinco
Data 1ª Edição: 19/01/2023
ISBN: CAIXAPARIS
Nº de Páginas: 320
Dimensões: [160×230]mm
Encadernação: Capa Mole
Sinopse:
Uma jornada espiritual de descoberta e redenção
Quando Iola Poole morre na sua cama, aos 91 anos, deixa para trás uma casa repleta de segredos e de histórias para desvendar. E cabe a Tandi Reese, uma jovem mãe em dificuldades, em fuga de um passado perigoso e complicado, revelar a vida oculta desta mulher.
Embora as duas mulheres nunca se tenham conhecido, Tandi encontrou na casa da idosa um refúgio. No entanto, tudo muda quando descobre várias caixas de orações cuidadosamente decoradas, uma para cada ano, desde a juventude de Iola até aos seus últimos dias.
Escondida nessas caixas está a história de uma vida, escrita em pequenos pedaços aleatórios de papel – as esperanças, desejos, medos e pensamentos de uma mulher complexa que teve uma vida extraordinária, repleta de jornadas de fé e de observações sobre o amor. E a lição final contida na última caixa poderá mudar a vida de Tandi para sempre…
Opinião:
Quando vi que íamos ter mais um livro traduzido da Lisa Wingate fiquei logo com a certeza que era uma aposta ganha. Não me enganei. A escrita melodiosa da autora é única e leva-nos por caminhos difíceis, mas tão bons.
Esta obra é toda ela um hino à superação, à coragem e resiliência e à fé depositada em algo maior que a própria humanidade, sendo que nos cabe como leitores abraçar a narrativa e o desenvolvimento das personagens, enquanto desfrutamos de uma leitura maravilhosa.
Desde a primeira página que nos é impossível não amar a querida e tão lutadora Iola Poole, a idosa que deixa um legado extraordinário e cheio de segredos que necessitam ser contados. Cabe a Tandi, uma jovem mãe a criar dois filhos sozinha enquanto supera e cura uma adição a opiáceos após um acidente, desvendar e mostrar a todos quem era na realidade a jovem que se torna numa mulher extraordinária, Iola Poole e como tudo o que ela fez em vida e deixou escrito nas suas orações dentro de caixas guardadas se repercutiu no futuro de tanta gente.
Abordando aspetos de extrema importância social como a adição a substancias controladas, o controle patriarcal, racismo e superstições/crenças, Lisa Wingate consegue contar-nos ao ínfimo detalhe o que o poder da fé e da oração conseguem e para quem é crente como eu sou, temos apenas que acreditar em nós para mudarmos o nosso destino e contrariar algo que à partida já nos estaria no caminho. Nunca desistir, nunca baixar os braços e acreditar que o poder do amor que temos no coração é suficiente para movimentar montanhas.
Confesso que a meio da leitura tive alguns momentos de reflexão profunda, até porque me identifiquei com Tandi algumas vezes, no que ela permite por parte dos outros, nas suas inseguranças em relação à educação dos filhos, na sua coragem e determinação para mudar o seu percurso, e cheguei mesmo a odiar o facto de ela deixar que alguém que não ela lhe dissesse o que podia ou não fazer…mas logo em seguida, lia uma das orações de Iola e o coração sossegava.
Gostei mesmo mesmo muito deste livro, mexeu comigo, como já havia mexido o “Antes de Sermos Vossos” da mesma autora (e tenho aqui “O Livro dos Amigos Perdidos em lista de espera”) e leiam por favor, é uma leitura fluída com capítulos curtos e sem paragens e vale todo o tempo despendido na mesma.
Obrigado Grupo Saída de Emergência pelo exemplar fornecido e por me proporcionarem esta maravilha de leitura.
A Autora:

Lisa Wingate é uma antiga jornalista, oradora e autora de diversos romances bestsellers. As suas obras ganharam ou foram nomeadas para numerosos prémios, incluindo o Pat Conroy Southern Book Prize, o Oklahoma Book Award , o Carol Award, o Christy Award, o RT Reviewers’ Choice Award e o Goodreads Choice Award. Vive no Texas. Mais informações em lisawingate.com