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Opinião – Melancholia – Francisco José Viegas – Porto Editora

ISBN: 978-972-0-03470-0
Edição/reimpressão: 09-2022
Editor: Porto Editora
Páginas: 336
Sinopse:
Ao longo de um ano, entre um encontro literário na Póvoa de Varzim e o início da pandemia, ninguém soube do paradeiro de Cristina Pinho Ferraz, escritora extravagante, premiada e temida. Até que, nos jardins românticos do Palácio de Cristal, no Porto, a coberto da copa das árvores, apareceu um corpo enterrado sob a terra, dividido em várias partes.
Porém, a nova investigação do inspetor Jaime Ramos (que entretanto fora substituído na divisão de homicídios) não começa com a descoberta desse cadáver; pelo contrário, obriga-o a recuar no passado, a ouvir testemunhos sobre vaidade, vingança, literatura e ambição, e também histórias de família ou de amor e melancolia.
Enquanto o confinamento se espalha sobre vivos e desaparecidos, Jaime Ramos reconstitui a biografia daquela mulher e a história de uma família e de uma genealogia do poder nas margens da tradição judaica portuense, confrontando-se mais uma vez com as suas obsessões: a ameaça da idade e da memória, a fragilidade dos velhos e a reconstituição do passado. Então, o que poderia ser apenas uma história de inveja e traição entre intelectuais desavindos e cómicos, transforma-se num inquérito sobre a melancolia portuguesa.
Opinião:
Melacholia foi o meu policial de estreia de Francisco José Viegas. Apesar de agora saber que existem várias obras protagonizando Jaime Ramos, sendo que a personagem faz 30 anos de existência, não me arrependo de ter começado por este, até porque é uma obra que pode ser lida sem termos lido as anteriores. Jaime Ramos foi substituído na divisão de homicídios e anda um pouco à deriva…a idade não perdoa, os anos de trabalho também não. Mesmo afastado da sua função nas autoridades, vai na mesma encetar investigações no âmbito do desaparecimento de uma escritora de renome Cristina Pinho Ferraz, que ao que tudo indica, em plena pandemia “ganhou sumiço” e ninguém deu conta. E entretanto é encontrado um corpo nos Jardins do Palácio de Cristal no Porto. Bom, mas tudo isto pode ser lido na Sinopse. O que vos queria dizer, é que este livro é um veiculo para reflexão, para repensarmos a forma como vivemos e agimos, a nossa própria essência e quando nos é retirado parte do que somos ou sabemos fazer ficamos tendencialmente inertes e sem reação. Entramos em melancolia. Jaime Ramos, com toda a sua personalidade forte e bem vincada, deixa-se envolver num rol de situações que o obrigam a voltar ao passado, que o obrigam a lembrar aquilo que queria ter esquecido, que o obrigam a ser aquilo que ele ainda não entende que já o é. Gostei particularmente que parte da história se tenha centrado no meio literário entre autores, pseudo autores, editores, curiosos, mal dizentes e escritores fantasma. Como a narrativa está colocada, conseguimos entender bem o meio, as suas lacunas, as suas farsas, e como parece que meio Mundo quer sempre ser mais do que é ou ser outra coisa.
Tive a oportunidade de ir a uma das apresentações desta obra (podem ver aqui) e conhecer o autor e ouvir do próprio (e do incrível Carlos Vaz Marques e Sofia Fraa) o que a mesma representava e significava e não me desiludi em nada e só posso sem duvida recomendar e ansiar pela leitura das obras anteriores.
O Autor:

Francisco José Viegas nasceu em 1962. Professor, jornalista e editor, é responsável pela revista Ler e foi também diretor da revista Grande Reportagem e da Casa Fernando Pessoa. De junho de 2011 a outubro de 2012 exerceu o cargo de Secretário de Estado da Cultura. Colaborou em vários jornais e revistas, e foi autor de vários programas na rádio (TSF e Antena 1) e televisão (Livro Aberto, Escrita em Dia, Ler para Crer, Primeira Página, Avenida Brasil, Prazeres, Um Café no Majestic, A Torto e a Direito, Nada de Cultura). Da sua obra destacam-se livros de poesia (Metade da Vida, O Puro e o Impuro, Se Me Comovesse o Amor) e os romances Regresso por um Rio, Crime em Ponta Delgada, Morte no Estádio, As Duas Águas do Mar, Um Céu Demasiado Azul, Um Crime na Exposição, Um Crime Capital, Lourenço Marques, Longe de Manaus (Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores 2005), O Mar em Casablanca, O Colecionador de Erva, A Poeira que Cai sobre a Terra e Outras Histórias de Jaime Ramos e A Luz de Pequim (Prémio Fernando Namora 2020 e Prémio PEN 2020 Narrativa).
Opinião – Soberba Escuridão (2022) – Andreia Ferreira

ISBN: 9789895319367
Editor: Edições Velha Lenda
Ano: 2022
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 228 x 16 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 277
Sinopse:
Quando o relógio pisca as zero horas intermitentes, Carla recebe no seu quarto uma visita indesejada. A partir daí, todo o seu mundo se desmorona e a solidão e o medo encarregam-se de a arrastar para um estado deprimente que só um desconhecido parece compreender.
Cega pela paixão, nega as evidências de que o seu novo amor é mais do que um rosto angelical. E que esconde segredos que a levarão para perigos que emergem das profundezas do inferno.
Opinião:
Não sendo “marinheira de primeira viagem”, tendo em conta que li a primeira versão em Março de 2014, vou dar a minha opinião baseada nas diferenças que a autora introduziu na sua obra e o quanto em 9 anos as coisas mudam.
Mudança não significa algo errado pelo contrário. A escrita da Andreia amadureceu e solidificou uma história já por ela interessante e carregada da sua alma de escritora. Com capítulos mais completos e cheios de mistério, desconhecido, o romance entre Carla e Caael permanece icónico e transversal ao que li anteriormente e conhecendo já de antemão a história li na mesma como se fosse a primeira vez. Carla, a protagonista é uma jovem normalíssima com uma vida tranquila, ambiente familiar sereno, uma jovem adulta com amigas e amigos e com todas as questões típicas de um final de adolescência a decorrer dentro da “normalidade”. Até que a vida dela dá uma volta ao conhecer Caael, um misterioso rapaz mais velho, enigmático, controlador, demasiado apaixonado e protetor. Passados 9 anos, não consigo ter a mesma opinião do romance da Carla e do Caael, é demasiado rápido e arrebatador e dá aquela sensação de que ela “sufoca” no amor dele… mas pensando em mim como adolescente, tudo era um drama e um horror se o rapaz que nós gostávamos não lia a carta de amor (não haviam Internet, nem telemóveis) ou te ignorava na escola. É por aí. Continuo a gostar muito da Raquel, sinto uma grande empatia com ela, mas é com a Ana que definitivamente atualmente me identifico mais. Talvez porque com quase 39 anos sou um pouco também culpada de já não ter tanta paciência para “pessoas” e ligar cada vez menos (ou nada) ao que pensam de mim.
Andreia , estás de parabéns mais uma vez, conseguiste dar uma lufada de ar fresco ao teu romance, sem perder qualidade e interesse. E tens aqui uma fã da tua trilogia sem dúvida.
Podem e devem adquirir este livro e já em pré-venda o segundo livro na recém chegada Devaneios Editora

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Um pequeno aparte, esta edição que comprei na Feira do Livro de Lisboa 2022, das Edições Velha Lenda, não sei se foi apenas do meu exemplar mas encontrei várias gralhas ou erros de impressão (palavras que não levam hífen com o mesmo) algumas palavras ou frases diferentes em Português do Brasil (não sabendo, atenção se tem a ver com o Novo Acordo Ortográfico).
A autora:

Nascida e criada em Braga, Andreia Ferreira orgulha-se muito do seu sotaque. Gosta de escrever nos cafés, roubando pedaços das histórias de cada um para se inspirar. Primeiro, licenciou-se em Línguas e Literaturas Europeias, tem duas pós-graduações, mas acabou por optar por Direito. É casada com o amor da sua vida e, juntos, trouxeram ao mundo dois filhos.
É autora da trilogia Soberba e do romance Maresia e Fortuna. Administra o blogue d311nh4 desde 2010.
Desde os 11 anos, abre o correio na expectativa de ter à sua espera uma carta para Hogwarts.
Opinião – A Herdeira do Titanic – Francisco Silva – Intelectual Editora

Autor: Francisco Silva
ISBN: 978-989-53855-1-5
Dimensões: 152,4 x 228,6 x 13,4 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 222
Sinopse:
UM GIGANTE CAÍDO E O DESTINO DE UMA FAMÍLIA
No dia 15 de abril de 1912, o mundo acorda em choque com o naufrágio do Titanic, a maior e mais arrojada construção náutica alguma vez construída até à data.
De Inglaterra rumo à América embarcou uma jovem de nome Vivien, a pedido do seu avô, o magnata Bernard Belanger, um homem cru e angustiado pelo passado. Vivien é a sua única e última esperança para a redenção.
Entre os sobreviventes resgatados pelo navio Carpathia, chega a Nova-Iorque a jovem que é recebida na mansão da família em Riverside Drive.
Vive-se uma época de mudança com ideias progressistas, que vão desde os avanços tecnológicos até à luta das sufragistas, que fervilham no seio do mundo civilizado. Mas o naufrágio do Titanic veio abalar os alicerces da sociedade e deixar um aviso ao ser humano e às suas ambições.
A herdeira rapidamente se vê envolvida num turbilhão de acontecimentos, não só pelas consequências do naufrágio mas também por uma jura de vingança que a sua vinda a Nova Iorque reacendeu.
Tal como o Titanic, a poderosa família Belanger também tem pés de barro. Os gigantes também caem…
Opinião:
Confesso que sou uma fã da tragédia histórica que se tornou o naufrágio do Titanic e já li várias obras verídicas sobre o “que se presume” que aconteceu (isto dito assim, parece errado, mas a verdade é que foi uma tragédia, mas veio a revolucionar a industria náutica e a mudar mentalidades próprias da época).
O filme, visto em inicio de adolescência duas vezes no cinema, foi uma choradeira pregada (hormonas adolescentes) e revi ao longo dos anos várias vezes e aprofundei a minha opinião acerca do mesmo… sim eu gostei, gosto e irei sempre gostar, para a época em que foi feito, foi absolutamente maravilhoso. E sim, quem me conhece sabe que sou tão romântica que nem uma pedra da calçada mas este filme sempre mexeu com os meus sentimentos. E é aqui que entra este lindíssimo romance “A Herdeira do Titanic” que entre ficção inédita e pequenas menções a situações que acontecem no filme (adorei os detalhes referentes ao filme) nos leva a conhecer Bernard Belanger, que convida a sua neta Vivien a vir de Inglaterra até aos Estados Unidos para o conhecer, após a morte da sua filha, Mãe de Vivien (com quem cortou relações muitos anos antes e viveu essa angustia deste sempre).
Acontece que Vivien vem a bordo do Titanic que se afunda no Atlântico Norte de 14 para 15 de Abril de 1912 e Bernard fica a saber que a jovem é uma das sobreviventes que vem a bordo do Carpathia (a mesma tem em seu poder algo que confirma que é a sua neta) mas com perda de memória, memória essa que terá que ser recuperada de forma a que toda aquela trágica noite possa ser esclarecida pela sobrevivente e quem sabe revelar alguns pormenores de extrema importância para o seu avô e para ela própria. Belanger é um dos magnatas sócios do Titanic e daí se falar na sua neta como ” A Herdeira do Titanic”. Vivien vai aprender mais sobre a família Belanger, conviver com os amigos, mas também inimigos, do passado e do presente da família de renome e com a ajuda do médico designado para a ajudar a recuperar a memória, tudo pode se desmoronar, ou construir. É uma belíssima história de amor, de superação e de segredos de família que podem destruir vidas. É uma história de vidas destruídas para sempre e outras prestes a começar. Tudo depende das ações que se tomam. Livro maravilhoso, adorei, escrita fluída, narrativa bastante assertiva e regular e capítulos com o tamanho certo para se ler numa bela tarde fria de Sol. Mais um excelente autor nacional a produzir uma obra maravilhosa!
#vamoscontinuaraapoiarosautoresnacionais
O Autor
Francisco Silva é um escritor e ilustrador português. Nasceu no Porto em 1988 e desde muito jovem desenvolveu a sua paixão por literatura, cinema e ilustração, áreas que aprofundou na sua formação académica.
Estudou Artes Visuais na Escola Artística de Soares dos Reis e é licenciado na área das Artes pela Universidade Católica Portuguesa.
O seu trabalho de escrita e ilustração divide-se entre Portugal e Estados Unidos da América.
Obrigado André pelo presente ❤
Opinião – A Rapariga Invisível – Carlos M. Queirós – Cultura, Grupo Infinito Particular
ISBN: 9789898979841
Editor: Cultura Editora
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 228 x 18 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 288
Sinope:
Agosto, Hospital de São João. Rafael Castro está a ser operado a um tumor cerebral. Nos últimos dias, a pequena Eva, uma criança que só ele vê e ouve, como se um sonho lhe tomasse as faculdades mentais, tem sido uma companhia constante. A menina deu-lhe uma missão: salvar Rita Lemos, a mulher que estava em coma havia cerca de dois anos, num eterno sono, numa cama do piso oito.
Será que Eva é uma alucinação própria da doença? O Dr. Pinto Fraga pensa que sim. Mas opinião divergente tem o seu colega Wilson Mendes, vindo do Brasil para provar que o tumor estava a originar que determinados mecanismos cerebrais coincidissem numa espécie de ligação com uma dimensão desconhecida.
Baseado em factos verídicos, A Rapariga Invisível é uma magnífica história misteriosa, assombrosa e tocante. Uma mensagem de esperança. Esperança no amor, na vida, na determinação, no futuro e na coragem de aceitar o desconhecido.
Opinião:
Tenho tanto mas tanto para dizer sobre este livro que é difícil escrever uma opinião sem spoiler e desprovida de emoção. Devo-vos dizer que considero que para se ler esta obra, devemos fazer de mente e espírito aberto, sem preconceitos ou ideias pré-concebidas. Devemos aceitar que se tratará de ficção para muitos e de uma realidade para outros. Para mim é realidade(e é baseado em factos reais) tendo em conta as minhas crenças, a minhas experiência de vida com situações similares retratadas (não a respeito da doença, mas a respeito da vida após a morte) e é com base nas minhas crenças que escrevo a minha opinião.
Não é de todo inédito um romance com trechos de situações de vida após a morte,com anjos, demónios, experiências extra-corporais e fé e, algo superior a nós, humanidade. Mas o autor nesta sua obra descreve com carinho, com toda a sua alma, como o desconhecido para céticos muito rapidamente se torna real, credível e algo a seguir. É o que acontece ao protagonista Rafael Castro, que a braços com um terrível e quase inoperável tumor cerebral consegue de alguma forma comunicar com uma menina, que apenas ele vê, que segundo um dos médicos que o opera o cético Dr. Pinto não passa de alucinação proveniente do seu estado de saúde. É aqui que entra o outro médico da trama, Dr. Wilson, que vem do Brasil para fundamentar a sua pesquisa e obter provas que o nosso cérebro consegue ter ligações a outras dimensões, ao até agora desconhecido “além”. Rafael com a ajuda de Eva, a menina invisível, tem a missão de salvar o amor da sua vida, Rita, que se encontra num coma com cerca de 2 anos e a quem querem desligar as máquinas, desconhecendo que a mesma se encontra “viva” presa num corpo morto. É com muita mas mesmo muita perseverança, luta e coragem que Rafael une toda a sua força física e espiritual para encetar esforços a salvar Rita, salvar-se a si e dar esperança a todas as personagens que se cruzam com ele na sua missão.
Este livro a mim, deu-me um calor especial no coração. Deu-me esperança, deu-me alento, e mesmo que não acreditasse no desconhecido (em que acredito) ia ser uma leitura absolutamente maravilhosa, muito (mesmo muito) bem escrita e sem qualquer oportunidade para paragens a não ser a minha vista cansada. O AMOR que nutrimos uns pelos outros tem uma força e um poder extraordinário, assim como a nossa MENTE, tem uma capacidade imensa cuja percentagem ainda desconhecemos e acho que já não vou estar viva quando a ciência o conseguir provar.
Acreditar é das poucas coisas que ainda nos restam, mesmo sendo uma mulher ligada às tecnologias e ciência , eu acredito.
Esta opinião é dedicada ao meu Luís (2º pai, padrinho, amigo) que espero que me esteja a ver e guardar onde quer que ele esteja. Amo-te muito, foste cedo demais.
O autor:

Carlos M. Queirós nasceu em Marco de Canaveses em 1967. Cresceu num meio rural, com mais sete irmãos. O isolamento da aldeia, a falta de motivos de interesse para os jovens, levaram o autor a despertar para a escrita, na sua adolescência. É formador em diversas vertentes da área comercial e fundador de TERRALETRAS (associação de escritores em Marco de Canaveses).
Opinião – Da Morte e Outras Vidas – Olavo Moreira

Editora: Astrolábio Edições
Data de publicação: 2022-02-02
Páginas: 206
ISBN: 978-989-37-2522-1
Género: Ficção
Idioma: PT
Sinopse:
Desfilam nas páginas deste livro, como na vida, personagens e peripécias invulgares que o autor disseca com humor inteligente e ironia, num discurso rico, visual e expressivo.Temas e situações díspares onde as existências conturbadas (e até grotescas) descritas se oferecem ao leitor na caricatura, por vezes desconcertante, das personagens e das suas relações interpessoais.No labirinto das suas vidas e contradições, são gente que escava com as próprias mãos um rumo que justifique a existência e a fruição do tempo que passa inexoravelmente.Aqui encontramos retratos e comportamentos humanos que, embora reconheçamos e sejam familiarmente lusos, ultrapassam estas fronteiras e mergulham na atualidade dos nossos dias, independentemente de latitudes geográficas ou culturais.Este é um olhar crítico que faz, simultaneamente, sorrir e refletir no tecido de que é feito o ser humano, tanto na sua irrepetível individualidade como nos fios que tecem a teia social da Humanidade a que pertencemos todos.
por Margarida Gil Moreira
Opinião:
Após a leitura da outra obra deste grande autor (podem ver a opinião aqui), ler este livro foi como uma nova lufada de ar fresco, mas no mesmo registo. Ou seja, diferente de tudo o que já li, diferente do convencional e por isso mesmo, considero e considerei entretenimento puro e li numa noite. Agradeço novamente desde já a disponibilidade, confiança e cedência do exemplar digital ao autor Olavo Moreira.
Com um leque de personagens suis generis e todas elas com a história mais mirabolante que já leram, encontramos claras referências satíricas a inúmeras “personas” reais e conseguimos descortinar pedaços de história, minha, do autor, da vizinha do lado, da plebe, da realeza, do cão e do gato. A similaridade com a vida de qualquer um de nós põe-nos claramente na linha de pensamento no que o autor idealizou para esta obra e consegue o seu propósito sem esforço algum.

Um dos meus capítulos favoritos, “Aquilo que eu faço” (já reli umas três vezes de tão bom que é) é o colmatar duma genialidade de criatividade, imaginação e realidade a fundirem-se e só vos posso pedir que leiam. Querem passar um bom momento de descontração pura, leiam. Não leiam só este, leiam ambas as obras do autor. São diferentes? São. E por serem tão diferentes do comum é que valem a pena ler e reler e sentir que não é tudo mais do mesmo e que temos autores nacionais cheios de talento e muito pouca valorização. Ler deve ser uma experiência pessoal de enriquecimento e entretenimento e não mais uma regra que temos que seguir, mais um fardo, mais uma obrigação. Ler é sermos livres de nós próprios e do que nos rodeia. Ler salva vidas.

O Autor:
Olavo Moreira nasceu na cidade do Porto, mas foi em Ovar que viveu a infância e adolescência. Em Braga, na Universidade do Minho, concluiu os estudos em Ensino de Português. Profissionalmente, acumula, até à data, 15 anos de carreira docente, disseminados por Escolas Secundárias, Escolas Profissionais, Centros de Formação, Institutos Superiores e Universidades, lecionando disciplinas nos âmbitos da Língua e Literatura Portuguesas e da Comunicação Empresarial. Paralelamente, de forma pontual e assistemática, colabora em jornais locais. É coautor e encenador, em contexto escolar, de peças teatrais. Presentemente, reside em Ovar.
Opinião – A Caixa de Orações – Lisa Wingate – Chá das Cinco (Grupo Saída de Emergência)

Chancela: Chá das Cinco
Data 1ª Edição: 19/01/2023
ISBN: CAIXAPARIS
Nº de Páginas: 320
Dimensões: [160×230]mm
Encadernação: Capa Mole
Sinopse:
Uma jornada espiritual de descoberta e redenção
Quando Iola Poole morre na sua cama, aos 91 anos, deixa para trás uma casa repleta de segredos e de histórias para desvendar. E cabe a Tandi Reese, uma jovem mãe em dificuldades, em fuga de um passado perigoso e complicado, revelar a vida oculta desta mulher.
Embora as duas mulheres nunca se tenham conhecido, Tandi encontrou na casa da idosa um refúgio. No entanto, tudo muda quando descobre várias caixas de orações cuidadosamente decoradas, uma para cada ano, desde a juventude de Iola até aos seus últimos dias.
Escondida nessas caixas está a história de uma vida, escrita em pequenos pedaços aleatórios de papel – as esperanças, desejos, medos e pensamentos de uma mulher complexa que teve uma vida extraordinária, repleta de jornadas de fé e de observações sobre o amor. E a lição final contida na última caixa poderá mudar a vida de Tandi para sempre…
Opinião:
Quando vi que íamos ter mais um livro traduzido da Lisa Wingate fiquei logo com a certeza que era uma aposta ganha. Não me enganei. A escrita melodiosa da autora é única e leva-nos por caminhos difíceis, mas tão bons.
Esta obra é toda ela um hino à superação, à coragem e resiliência e à fé depositada em algo maior que a própria humanidade, sendo que nos cabe como leitores abraçar a narrativa e o desenvolvimento das personagens, enquanto desfrutamos de uma leitura maravilhosa.
Desde a primeira página que nos é impossível não amar a querida e tão lutadora Iola Poole, a idosa que deixa um legado extraordinário e cheio de segredos que necessitam ser contados. Cabe a Tandi, uma jovem mãe a criar dois filhos sozinha enquanto supera e cura uma adição a opiáceos após um acidente, desvendar e mostrar a todos quem era na realidade a jovem que se torna numa mulher extraordinária, Iola Poole e como tudo o que ela fez em vida e deixou escrito nas suas orações dentro de caixas guardadas se repercutiu no futuro de tanta gente.
Abordando aspetos de extrema importância social como a adição a substancias controladas, o controle patriarcal, racismo e superstições/crenças, Lisa Wingate consegue contar-nos ao ínfimo detalhe o que o poder da fé e da oração conseguem e para quem é crente como eu sou, temos apenas que acreditar em nós para mudarmos o nosso destino e contrariar algo que à partida já nos estaria no caminho. Nunca desistir, nunca baixar os braços e acreditar que o poder do amor que temos no coração é suficiente para movimentar montanhas.
Confesso que a meio da leitura tive alguns momentos de reflexão profunda, até porque me identifiquei com Tandi algumas vezes, no que ela permite por parte dos outros, nas suas inseguranças em relação à educação dos filhos, na sua coragem e determinação para mudar o seu percurso, e cheguei mesmo a odiar o facto de ela deixar que alguém que não ela lhe dissesse o que podia ou não fazer…mas logo em seguida, lia uma das orações de Iola e o coração sossegava.
Gostei mesmo mesmo muito deste livro, mexeu comigo, como já havia mexido o “Antes de Sermos Vossos” da mesma autora (e tenho aqui “O Livro dos Amigos Perdidos em lista de espera”) e leiam por favor, é uma leitura fluída com capítulos curtos e sem paragens e vale todo o tempo despendido na mesma.
Obrigado Grupo Saída de Emergência pelo exemplar fornecido e por me proporcionarem esta maravilha de leitura.
A Autora:

Lisa Wingate é uma antiga jornalista, oradora e autora de diversos romances bestsellers. As suas obras ganharam ou foram nomeadas para numerosos prémios, incluindo o Pat Conroy Southern Book Prize, o Oklahoma Book Award , o Carol Award, o Christy Award, o RT Reviewers’ Choice Award e o Goodreads Choice Award. Vive no Texas. Mais informações em lisawingate.com
Opinião – Mafalda Santos – Conta-me, Escuridão – Suma de Letras

Autor(a)Mafalda Santos
Data de publicação Junho de 2021
Páginas 144
Sinopse:
Todos gostamos de histórias. Sejam de encantar, para dormir ou rir.
Mas não se deixe enganar: estes contos não são para dormir, muito menos para rir.
É provável que as personagens criadas por Mafalda Santos roubem o sono e invadam os sonhos em todo o seu explendor. E terror.
Desde trigémeas assassinas, a entidades assustadoras, passando por bruxas malévolas e magia.
Nestas páginas não há sossego, nem esperança, excepto na literatura portuguesa que está viva e de ótima saúde.
Opinião:
Mais uma das minhas prendas de Natal que não desiludiram. Um livro de contos de Terror (e horror), com uma criatividade e imaginação incríveis e que nos fazem devorar página atrás de página tal é a qualidade do que estamos a ler. Óbvio que é para fãs do género, isso sem dúvida, mas eu que nem leio muito terror ou li ao longo da vida (os livros dos “Arrepios” em adolescente acho que não contam) gostei e peguei no livro e só larguei na última página. Temos pequenos contos, todos diferentes e para todos os gostos, uns mais “brutais e satíricos que outros, mas a qualidade com que nos são apresentados e escritos… eu só penso que por muito eu desse a volta ao miolo não tinha este tipo de imaginação!
Outro ponto fortíssimo deste pequeno livro são as ilustrações de David Benasulin. Para cada conto, existe uma ilustração incrível e dão ainda mais valor e entusiasmo ao que estamos a começar a ler.
A Mafalda Santos é uma escritora e mulher brilhante e aqui, mostra o quão capaz e versátil é na sua escrita e em tudo o que faz na sua vida. Parabéns !
A Autora:
Mafalda Santos nasceu em Lisboa em 1982. Filha de mãe professora e pai jornalista, teve desde a infância uma ligação profunda com a palavra escrita, nas suas mais diferentes formas literárias. Com 12 anos, foi pela primeira vez ao teatro, e apaixonou-se. Fez o curso de Interpretação da Escola Profissional de Teatro de Cascais e, posteriormente, licenciou-se em Teatro/Encenação, pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Hoje, a sua atividade profissional estende-se por diversas áreas: guionista de teatro e televisão, atriz, encenadora e professora de Interpretação.
Opinião – Frio Suficiente para Nevar – Jessica Au – D.Quixote

ISBN: 9789722075824
Ano de edição: 10-2022
Editor: Dom Quixote
Páginas: 128
Sinopse:
Uma jovem mulher organiza umas férias com a mãe no Japão, onde percorrem Tóquio, Osaka e Quioto: caminham pelos canais nas tardes de outono, esquivam-se de chuvas e vendavais, partilham refeições em pequenos cafés e restaurantes e visitam galerias para verem alguma da mais radical arte moderna. Enquanto isso, conversam: sobre tempo, horóscopos, roupas, objetos, família, distância e memória. Mas as incertezas abundam. Quem estará realmente a falar – apenas a filha? A mãe raramente fala, aparenta ser uma presença fantasmagórica que não parece estar de facto ali. E qual será a verdadeira razão desta viagem elíptica, ou mesmo espectral?
Ao mesmo tempo reflexão e elegia, Frio Suficiente para Nevar questiona o facto de todos falarmos sequer uma língua comum, quais as dimensões que podem conter o amor e até que ponto poderemos afirmar conhecer deveras o mundo interior de outrem.
Escolhido entre 1500 candidatos, este romance venceu o Novel Prize, um novo prémio, bienal, patrocinado pelas editoras Fitzcarraldo Editions, New Directions (EUA) e Giramondo (Austrália) e destinado a distinguir um romance escrito em língua inglesa que explore e expanda as possibilidades do género.
Opinião:
Uma história maravilhosa e que deixa o coração quente e ao mesmo tempo tão apertado… é uma obra de reflexão, de autoajuda, de ligações familiares e de amor de mãe e filha. Filha essa que é narradora, enquanto a mãe quase sem se pronunciar tem o papel determinante de mostrar que existe tanto, mas tanto que se pode mostrar e demonstrar sem uma única palavra proferir. Passado no meu País de sonho, Japão, as duas mulheres viajam e partilham momentos únicos e especiais em Tokyo, Osaka e Quioto. Uma narrativa que nos leva pelo Japão fora e os seus costumes tão únicos, tão ricos e que se transformam numa espécie de história encantadora que nos faz sonhar com paisagens, com rostos, com provas de superação interior e acima de tudo honestidade familiar. É um livro lindíssimo, que se lê tão bem e tão rapidamente que ficamos a querer mais, a querer saber mais sobre estas duas mulheres, que podiam ser qualquer mãe e filha que existem por aí neste Mundo.
Recomendo, foi uma das minhas prendas de Natal e não poderia ter ficado mais feliz de o ter lido.
A Autora:

Jessica Au vive em Melbourne, na Austrália. Trabalhou como editora-adjunta da revista trimestral Meanjin e como verificadora de factos para a revista Aeon. O seu romance Frio Suficiente para Nevar (2022) é o vencedor do primeiro Novel Prize e tem direitos vendidos para dezoito línguas.
Opinião – 4420 – Pedro Miranda de Castro – Visgarolho

Titulo: 4420
Autor: Pedro Miranda de Castro
Nº Páginas: 140
Editora: Visgarolho
ISBN: 978-989-53167-7-9
Sinopse:
Filipe, um empregado de armazém existencialista, é o jovem arquétipo do proletariado, moldado numa família coesa mas marcada pelo abandono do patriarca. Nascido nos arrabaldes do Porto, faz-se camaleão no seu meio. Contudo, vive ensimesmado nos seus pensamentos niilistas, afundado numa rotina de precariedade, fervilhando em pensamentos de derrota latente que afoga em prazeres mundanos, abundantes, electrizantes e fáceis no seio do seu sub-mundo. Tudo parece mudar quando Fernando, um dos irmãos de Filipe, é preso por narcotráfico e este é convidado pelo Partido para se tornar representante dos trabalhadores do Armazém. Entretanto, no 4420, incuba-se um novo movimento cultural, encabeçado por Fábio, o irmão mais novo de Filipe, que vem a tomar expressão como outrora acontecera no Bronx.
Num estilo cru, mas repleto de humor, o autor mostra-nos a realidade de muitos jovens dos subúrbios, como quem nos desfere um murro no estômago.
Opinião:
4420, Código Postal de Gondomar. Só a meio do livro me apercebi disso. Até porque este foi o livro que me acompanhou em viagem no regional para Lisboa e eu acho que os restantes passageiros acharam que eu não tinha os parafusos todos no sitio, porque dei por mim a rir sozinha até me virem as lágrimas aos olhos.
Quando se mistura humor com a vida real e crua e se consegue transmitir isso tão bem é porque estamos perante alguém que já vivenciou bastante, tem um grau cultural acima da média e acima de tudo sabe como, quando e o que escrever.
Filipe, o protagonista desta trama, é o jovem típico zé ninguém vindo de uma família disfuncional e meio louca que por intermédio do destino e da sorte (ou azar como preferirem ao ler) se torna alguém. Não é bem um alguém com importância, mas torna-se um “meio” para atingir um fim e para ele já é bom, tendo em conta a vida que leva. Os irmãos, Fernando e Fábio (cada um com os seus “esquemas”) são pontos chave para que Filipe mude o rumo da sua vida sem ser vida, daquela rotina típica de quem já perdeu o norte, dia após dia a trabalhar na fábrica, a ter relações de ocasião, a correr para transportes públicos, a beber até esquecer a dor, as férias na terrinha cheia de emigrantes franceses… Familiares com esta vida? Pois.
Sendo ficção ou não, a vida de Filipe é a vida de tantos. Muitos. Do vizinho do 9º andar. Da jovem empregada do café. Do jardineiro da Junta de freguesia que passa a vida a cortar a erva que cresce sem parar. É a ficção, que a fazer-nos rir mostra a dura realidade de muitos jovens dos subúrbios (e não só) e o que acontece quando não nascemos com aquela estrelinha da sorte ou cheios de dinheiro.
Lê-se como pãozinho acabado de fazer com manteiga e também é um dos meus escolhidos de 2022 sem dúvida. Recomendo!
O Autor:

Pedro Miranda de Castro nasceu no Porto em 1989. Tornou-se Mestre em Ciências Farmacêuticas em 2013 e Doutorado em Biotecnologia em 2018. Foi investigador na Universidade Católica Portuguesa e colaborou com as Universidades de Bolonha e Buenos Aires. Hoje é Investigador no Instituto de Soldadura e Qualidade e Professor no Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Escreveu os romances “4420” e “Viagem” – obra vencedora da edição de 2019 de Ficção Narrativa Montijo Jovem – assim como vários contos (e.g. “Belzebu, o Sem-abrigo”, “Cartas de um Astronauta em Tempos de Pandemia”, “As Fantásticas Aventuras do Marinheiro Zé Fusco”) e poemas. No presente, amadurece um novo romance: “Ao Largo dos Meridianos”.
Opinião – Sombras da Raia – Nuno Franco Pires – Visgarolho

Titulo: Sombras da Raia
Autor: Nuno Franco Pires
Nº Páginas: 326
Editora: Visgarolho
ISBN:978-989-53167-5-5
Sinopse:
1936: No lado espanhol da Raia a guerra rebenta e, em Badajoz, centenas são massacrados. Juan foge com a família para o lado português, refugiando-se no Monte do Loreto, nos arredores de Elvas, onde encontra trabalho, mas também a antipatia de Tomás, o capataz da herdade.Filho bastardo do proprietário, Tomás vai perseguir a família de espanhóis, servindo-se de Severino, o seu homem de confiança, precipitando-os a todos para um desfecho que alterará o rumo das suas vidas.
2018: Um workshop de genealogia traz à luz segredos de família nunca revelados pela avó Soledad. Clara não hesita em querer descobrir a verdade. De Badajoz desloca-se a Elvas à procura de respostas, e conhece Miguel em circunstâncias inusitadas.Professor de história conformado, Miguel está decidido a salvar a histórica fábrica de ameixas doces da família, após o avô ter comunicado a sua intenção de a encerrar.Inês volta à terra natal depois de ver terminado o casamento que lhe parecia perfeito. Após uma longa ausência, o reencontro com a família e um grande amor de adolescência vão levá-la a repensar o seu futuro.Os seus destinos vão cruzar-se, revelando segredos ocultos nas sombras da raia, uma teia de mentiras e enganos guardados por três famílias ao longo de gerações.
Numa trama bem construída, repleta de personagens marcantes, o autor agarra-nos até à última página num crescendo de emoção e suspense.
Opinião:
Quando li a opinião num grupo de leitura sobre este livro, foi quase instantâneo que o teria que ler. Não só por ser de um autor nacional e da Editora Visgarolho, mas também porque as palavras lidas foram sentidas e precisas. Sombras da Raia é no mínimo um murro no estomago, uma autentica lição de vida e de sobrevivência extrema, de amizades para a vida e podridão humana. Com o país de nuestros hermanos a ser fustigado pelo impendioso e ditador General Franco, uma família espanhola humilde e trabalhadora foge para Portugal, para perto da fronteira em busca de conseguir sobreviver a um massacre e dar um futuro às crianças que conceberam. Este é o principio de uma história que vem ter ao presente (2018) com detalhes específicos de genealogia de cada uma das famílias envolvidas e personagens relevantes. Com uma narrativa cativante do inicio ao fim o autor Nuno Franco Pires consegue sem dúvida alguma fazer-nos sentir empatia pelas várias gerações de personagens e a forma como as mesmas ganham um destaque único por cada acção que tomam (uma busca pela verdade é sempre algo com final incógnito) é de se tirar o chapéu e de uma inteligência emocional enorme. Não existe um único sentimento deixado de fora ao longo da narrativa e sendo baseado em factos reais, tornam o cenário também ele real no nosso imaginário e sofrer as dores, sorrir com as alegrias e ficarmos assoberbados pela maldade.
No entanto, e escrevo-vos em 2023 esta opinião, em plena Guerra da Rússia contra a Ucrânia e os ditadores e tiranos além de terem permanecido tornaram-se mais cruéis, mais frios e mais mortais. Como é que (e falando apenas nas atrocidades do General Franco) passados 87 anos não se aprendeu nada? Não se evitou nada?
Aconselho do fundo do coração a lerem este livro, põe em perspetiva a vida dos nossos avós, e a vida dos nossos netos. E dá medo.

O Autor:

Nuno Franco Pires nasceu em 1975, em Elvas, e por lá continua.
Gosta de ser alentejano. Gosta de escrever.
Iniciou a aventura pela blogosfera sendo coautor do espaço Dualidades. Participou em coletâneas com autores portugueses e espanhóis, escreveu artigos de opinião e crónicas para portais locais. Integra o painel de tertulianos da rúbrica “Conversas de barbearia” do blog Três Paixões.
Em 2014 publicou o seu romance de estreia “Searas ao vento”. Em 2020, em plena pandemia, seguiu-se-lhe “Um dia a aldeia acabou”. “Sombras da raia” é o seu terceiro romance.