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Opinião – Os Santos e os Outros – Intimidades de Manuel S. Nunes – Emporium

Sinopse:

A arte não se intimida quando é livre e se desnuda. A literatura erótica também não quando tem por desígnio, mesmo que controverso, despertar ou incendiar a imaginação dos adultos. Os desencontros, a rotina da vida moderna e a sexualidade cinzenta leva a que os personagens de “Os Santos e os Outros” reclamem por transgressões, fantasias e novos caminhos para o seu próprio prazer e satisfação.

Opinião:

Ler de mente aberta. Ler sem pudores ou culpas. Afinal estamos perante uma obra erótica.
Estamos presentes uma obra tão do autor como nossa, do vizinho da frente, da colega tímida de trabalho, do machão do bar ao fim da rua.
É a história de tantos e de muitos. Dos segredos bem guardados, dos tabus, dos dogmas pré criados desde que nascemos. Somos ensinados e empurrados para algo que é contranatura e que nos controla e condiciona. O ser Humano é um ser sexual, cheio das mais diversas fantasias, desejos, luxuria. Mas a maioria não se permite, a maioria segue como pequenos zombies em fila aquilo que lhes foi ensinado, o que “parece bem” e a maioria de nós sabe como isso acaba. Como desgasta e afasta casais, como é motivo (inválido) para infidelidades e destruição de relacionamentos que tinham tudo para dar certo. Relações saudáveis não sobrevivem sem componente sexual.
Nesta obra, e desafio-vos a ler sem dúvida não acredito que não há ninguém que não se identifique com algo, com alguma frase, passagem, ação das personagens. Quantos de nós já pensámos, nem que seja sequer na hipótese que existe mais e que pode ser tudo efetuado sem maldade, sem dolo, sem culpabilização.
Mas sim, existe a culpa e a consciência. E é mesmo isso que nos trava e nos faz também ser racionais quando temos que o ser, de forma a não magoar ninguém e a não levar alguém a fazer algo com a qual não se sente confortável. É imperativo diálogo e constatarão nesta bra o quão importante isso é.
Ambos lemos o livro e não podemos deixar de nos ter identificado com tanta coisa, com um casamento há quase 10 anos, sem filhos. E é bom ler de vez em quando algo diferente, algo que nos puxe pela imaginação e nos apure os sentidos.
Eu li o meu primeiro romance erótico com 11 anos, “Tal Mãe, Tais Filhas” de Pierre-Félix Louÿs, já o voltei a reler várias vezes ao longo da minha vida adulta e as interpretações foram todas diferentes, mas a curiosidade, o fascínio, esse existiu sempre.
O Autor escreve através de pseudónimo, mas queremos parabenizar pela coragem e pela obra em si que ambos gostámos imenso.
Obrigado pelo exemplar, e pela oportunidade de leitura.

Podem adquirir o livro aqui, sendo que é uma edição de autor.

Manuel S. Nunes
Nascido em 1965, o Manuel S. Nunes (pseudónimo) é um tipo normal. Espécime urbano, com raízes rurais, fez de tudo um pouco na vida e atualmente, entre muitas coisas, é professor. Casado e pai de filhos, o que escreve não tem tanto a ver com a sua própria vida, mas com o que tem aprendido ao longo do tempo. Gosta de viajar, gosta de música e não passa um dia ser ler algo de novo. Talvez por causa das suas leituras, muita delas, de autores completamente amadores, escreve com a intenção de colocar o leitor no centro da ação, dentro de cada uma das suas personagens. Com vários livros técnicos publicados, este é o primeiro conto que publica sob pseudónimo.

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